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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

» Lucro da Petrobrás cai 19% no 4º trimestre, mas vem acima do esperado

Reajuste dos combustíveis não impediu 2ª queda trimestral no lucro, que somou R$ 6,2 bi; no ano, ganhos cresceram 11% e somaram R$ 23,5 bilhões

André Magnabosco, da Agência Estado

SÃO PAULO - O reajuste dos combustíveis anunciado em novembro passado ajudou, mas não impediu a Petrobrás de amargar nova queda no lucro líquido durante o quarto trimestre de 2013. O balanço divulgado pela estatal petrolífera trouxe lucro de R$ 6,281 bilhões entre outubro e dezembro, uma retração de 18,9% sobre o quarto trimestre de 2012. Esta é a segunda queda trimestral consecutiva registrada pela Petrobras na comparação entre períodos equivalentes - entre terceiros trimestres, o lucro havia caído 39%. Mesmo assim, o resultado veio acima do esperado pelos analistas, que projetavam recuo de até 35%.

Com o desempenho do trimestre, o lucro da petroleira fechou 2013 em R$ 23,57 bilhões, um alta de 11,3% em relação ao verificado no ano anterior, revertendo dois anos consecutivos de queda. O lucro de 2013, contudo, representa o segundo pior resultado desde 2008, ano marcado pelo início da crise que atingiu a economia norte-americana e se espalhou por todo o mundo. Naquele ano, o lucro da Petrobrás se aproximou dos R$ 34 bilhões, patamar que ainda seria superado em 2010, quando atingiu o nível recorde de R$ 35,2 bilhões.

A decisão da estatal de adotar a contabilidade de hedge, uma prática contábil que reduz o efeito da variação cambial sobre as dívidas denominadas em dólar, também impactou positivamente os balanços trimestral e anual.

O balanço de 2013 ficou marcado por fatores que impactaram positiva e negativamente os números da estatal. A favor da Petrobrás pesou o dólar mais benéfico às exportações, a adoção da contabilidade de hedge e os reajustes de combustíveis anunciados entre 2012 e 2013 - o último, divulgado em novembro, foi de 4% na gasolina e de 8% no diesel. A Petrobrás também conseguiu resultados importantes de controle de custos ao longo do ano e capturou ganho bilionário com a venda de ativos, como as operações que mantinha na África e que resultaram em um ganho de R$ 1,9 bilhão à estatal no segundo trimestre.

Por outro lado, o dólar valorizado afetou o resultado financeiro, situação parcialmente amenizada pela adoção da contabilidade de hedge. O dólar também ocasionou consecutivos prejuízos na área de Abastecimento, responsável pela operação de importação e revenda de combustíveis. Além disso, o ritmo de produção de petróleo no Brasil encolheu em 2013, conforme informado anteriormente pela estatal.

Operacional. Como grande parte dos efeitos negativos sobre a última linha do balanço da Petrobras tem origem em questões financeiras relacionadas à variação cambial, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado da Petrobras cresceu 17,8% em 2013, na comparação com o ano anterior, e totalizou R$ 62,967 bilhões.

Já a receita líquida cresceu 8,4% em igual base comparativa e atingiu R$ 304,890 bilhões. Este foi o maior resultado histórico da companhia.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,lucro-da-petrobras-cai-19-no-4-trimestre-mas-vem-acima-do-esperado,178567,0.htm

» Agricultor da UE reage a acordo com o Mercosul

Principal insatisfação é com a redução dos subsídios a produtores, que devem cair 15%

Andrei Netto, correspondente - O Estado de S.Paulo

PARIS - Diante da iminência de um acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, produtores rurais da França e de boa parte da Europa transformaram o Salão da Agricultura de Paris no salão dos descontentes.

Boa parte da insatisfação se dá pela redução da Política Agrícola Comum (PAC), o orçamento europeu para subsídios a agricultores, que entre 2014 e 2020 será 15% menor do que entre 2007 e 2013. Mas a outra parte se dá pela perspectiva de abertura dos mercados, incluindo o acordo com Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.

O salão, realizado no parque de exposições de Porte de Versailles, em Paris, é o maior evento agropecuário do país e um dos mais tradicionais do mundo. Além de um ponto de encontro do mundo urbano com o agrícola, a feira é também o momento em que organizações sindicais pressionam o governo para não ceder à abertura dos mercados. Ontem, as declarações da presidente Dilma Rousseff e do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, de que o acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul caminha bem, trouxe mais preocupações ao mundo agrícola.

Produtores de cereais e de gado são os mais suscetíveis às reclamações. Além do acordo comercial com o Mercosul, Bruxelas negocia também com o Canadá e os Estados Unidos. Não bastasse, frigoríficos da França sofreram o impacto do escândalo da mistura de carne de cavalo em congelados da Europa. O resultado é a precariedade. "O setor bovino, que emprega 800 mil pessoas, está em perigo", afirmou o secretário-geral da Federação Nacional Bovina (FNB), Jean-Pierre Fleury.

De acordo com o executivo, a queda do abate chegou em 2013 a 6%. Só o frigorífico Bigard, que responde por 43% dos abates na França, perdeu 11% no ano passado - dado que se soma à queda progressiva do consumo de carne no país.

Há 10 dias, a FNB divulgou nota conjunta com produtores bovinos da Espanha, da Itália e da Irlanda, na qual a entidade promete acionar a Comissão Europeia, a Direção de Saúde e Proteção dos Consumidores (DG Sanco), o Parlamento Europeu e governos nacionais contra as negociações de livre-comércio com os Estados Unidos e o Mercosul.

Hormônios. A principal justificativa do setor é que os produtores rurais de países como o Brasil usam certos métodos de criação e de plantio não autorizados na Europa, como o emprego de hormônios de crescimento, de alimentos genericamente modificados e de clones.

Em nota oficial, a FNB afirmou: "A Comissão Europeia mente a 500 milhões de consumidores europeus ao não admitir que é impossível para a carne proveniente dos EUA, do Canadá e do Mercosul respeitar os standards europeus de traçabilidade, segurança alimentar, saúde e bem-estar animal, assim como o respeito ao ambiente".

Os produtores se queixam que o projeto de acordo com o Canadá, assinado em junho de 2013, equivale a importar 65 mil toneladas de carcaça de boi, o que teria impacto direto para os produtores da Europa.

No caso do acordo com o Mercosul, o cálculo ainda não pode ser feito porque as propostas dos dois lados do Atlântico ainda não foram apresentadas, mas no caso americano o impacto já pode ser estimado.

"O acordo com o Canadá será utilizado como referência para o acordo com os Estados Unidos, com contingentes quatro a cinco vezes superiores", diz Guy Hermouet, vice-presidente para Exportações da FNB.

Para Nicolas Goetzmann, estrategista de Macroeconomia da Fundação para a Inovação Política (Fondapol), de Paris, a questão agrícola continua um ponto sensível das negociações do acordo UE-Brasil, mesmo que o comércio bilateral tenha evoluído de forma positiva para os europeus em 2013 - 3% a mais de exportações e 13,4% menos importações do Brasil.

"Os europeus querem evitar a concorrência com a agricultura brasileira, e os brasileiros gostariam de evitar ver se desenvolver a concorrência sobre os mercados públicos", disse Goetzmann ao site francês Atlântico. "O que é desolador é que o Brasil e a UE imaginam melhorar suas perspectivas econômicas com esse tipo de troca."

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,agricultor-da-ue-reage-a-acordo-com-o-mercosul,1134721,0.htm

» O retorno pontual do fluxo estrangeiro ao Brasil

O Estado de S.Paulo

CENÁRIO: Daniela Milanese

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vem reforçando a mensagem de que o Brasil voltou a atrair recursos estrangeiros neste início de ano. A entrada de dólares estaria "vindo forte" em fevereiro. Até o dia 19, o fluxo cambial está positivo em US$ 1 bilhão, numa melhora provocada pelo resultado da conta financeira, com entrada de US$ 2,1 bilhões, saldo que não era visto desde setembro.

O movimento chama a atenção porque acontece em meio ao processo de normalização da política monetária do Federal Reserve, que provoca solavancos nos emergentes. Além disso, passa por cima das constantes críticas dos investidores sobre a atual condução da política econômica nacional, tendo em vista o fraco crescimento, as dúvidas sobre a situação fiscal e a perspectiva de rebaixamento do rating soberano.

Afinal, o Brasil foi da exagerada condição de "queridinho" dos mercados poucos anos atrás à questionável posição de "vulnerável" no atual momento. O que teria mudado, então, na postura externa?

Gestores estrangeiros consultados pelo 'Broadcast' confirmam que, de fato, há algum dinheiro novo sendo colocado novamente no País nas últimas semanas. Não se trata de um fluxo exuberante capitaneado por uma reversão de expectativas econômicas, nem por uma melhora na avaliação do governo brasileiro.

Por ora, investidores institucionais estão cobrindo parte de posições vendidas, aproveitando as taxas mais elevadas de juros, fazendo carry trade e entrando em oportunidades pontuais geradas pelos preços mais baixos. Como disse um profissional, juro real de 7% só é visto nos chamados mercados de fronteira. Ninguém, portanto, se impressionou com a meta de superávit primário de 1,9% anunciada na semana passada.

"A maior parte do movimento vem de cobertura de posições vendidas com base na avaliação de que as coisas não vão piorar, em vez da visão de que estão melhorando", disse um estrategista de instituição britânica. Segundo outro gestor que atua no exterior, há fundos reduzindo posições vendidas também no mercado de ações, em razão das fortes quedas acumuladas - o Ibovespa tem perda de 17% desde o início do ano. Ainda assim, esses investidores mantêm nervosismo sobre as aplicações no mercado de renda variável. "Há fundos dedicados, como nós, que estão cautelosamente aumentando a exposição a algumas oportunidades específicas", disse o profissional.

A grande questão, claro, é saber se o movimento terá continuidade. Se o Fed prosseguir retirando os estímulos à economia, não é difícil concluir que o ano tende a ser volátil, com momentos de turbulência para abalar os períodos de trégua.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-retorno-pontual-do-fluxo-estrangeiro-ao-brasil,1134688,0.htm

» Cheia faz ONS desligar usina do Rio Madeira

Hidrelétrica Santo Antônio teve de paralisar turbinas para evitar acidentes e inundações

Reneé Pereira - O Estado de S.Paulo

A cheia histórica que atinge o Rio Madeira, em Rondônia, obrigou a Hidrelétrica Santo Antônio a desligar todas as turbinas em operação. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a usina parou de funcionar no início da semana por uma questão de segurança.

Na semana passada, 11 das 14 máquinas em operação já haviam sido paralisadas. Mas, como o nível do rio continuou elevado, decidiu-se por paralisar tudo, afirmou um técnico do ONS. Jirau, que também fica no Madeira, continua com quatro turbinas em operação.

Segundo o ONS, as duas usinas estão em final de obra e ainda têm estruturas frágeis, provisórias, em algumas áreas. Com essa quantidade de água, o risco de ocorrer um acidente poderia aumentar.

A Hidrelétrica de Jirau, por exemplo, pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e à Agência Nacional da Água (ANA) que Santo Antônio abrisse suas comportas para evitar acidentes em sua ensecadeira - estrutura provisória que protege as turbinas enquanto se executa uma obra no local.

Santo Antônio estaria mantendo o nível do reservatório acima do estipulado pela ANA. Em determinado momento, a usina chegou a operar acima da cota de 75 metros.

Segundo o ONS, a paralisação da usina também tem o objetivo de evitar que as comunidades ribeirinhas sofram ainda mais com as enchentes, assim como a população de Porto Velho. O Rio Madeira atingiu seu maior nível desde 1997, chegando na segunda-feira a 18,43 metros. A cheia trouxe o caos para a capital de Rondônia, com milhares de pessoas desabrigadas. O Estado do Acre ficou ilhado, com a interdição de rodovias federais que foram inundadas pelas águas.

Os estragos provocados pela cheia deram nova munição para ambientalistas e para o Ministério Público Federal, que sempre foram contrários à construção das hidrelétricas - leiloadas em 2007 e 2008 pelo governo federal. De alguma forma, eles atribuem parte dos estragos aos dois empreendimentos. Segundo fontes, ao passar pelas turbinas, a água ganha velocidade e provoca grandes ondas, chamadas de banzeiros.

Causas. Na semana passada, foram realizadas audiências públicas para discutir as possíveis causas e soluções para o problema. Entre as medidas discutidas está a proposta de revogação da lei que assegura benefícios fiscais aos consórcios responsáveis pela construção das duas hidrelétricas. Também se cogitou a criação de uma CPI para inspecionar as indenizações e aplicações dos recursos das compensações das usinas.

Segundo o Ministério Público, tanto a esfera federal como a estadual tentaram de todas as formas impedir o licenciamento das usinas, mas não tiveram sucesso. Durante todo o processo, foram cerca de 20 ações civis públicas contra os empreendimentos.

Compensação. A paralisação de Santo Antônio terá de ser compensada pelas hidrelétricas do Sul e Sudeste, que vivem período completamente oposto das usinas do Rio Madeira. A estiagem que atingiu as duas regiões no início deste ano reduziu de forma preocupante o nível dos reservatórios a ponto de especialistas cogitarem a possibilidade de novo racionamento no País - o que foi afastado pelo Governo Federal. Jirau e Santo Antônio estavam injetando cerca de 600 megawatts médios no sistema, sendo que uma parte desse volume vinha para o Sul.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,cheia-faz-ons-desligar-usina-do-rio-madeira,1134712,0.htm

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

» Analistas diminuem projeção do PIB em 2014 para 1,79%, aponta relatório Focus

Há uma semana, economistas estimavam crescimento de 1,90%; para a inflação, a projeção subiu de 5,89% para 5,93%

Eduardo Cucolo, da Agência Estado

BRASÍLIA - Após a prévia do PIB ter decepcionado o mercado na sexta-feira, economistas já começam a rever suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 passou de 1,90% para 1,79% na pesquisa Focus do Banco Central. Para 2015, a estimativa recuou de 2,20% para 2,10%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2% e 2,50%.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 segue em 1,93%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 2,89%, ante 2,95% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,20% para 2014 e de 2,89% em 2015 para o setor.

Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,95% para 34,80%. Há quatro semanas, estava em 34,80%. Para 2015, segue em 35,00% há nove semanas.

Alta da inflação. Para a inflação, analistas esperam um  avanço de preços maior. A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2014 subiu de 5,89% para 5,93%, para 2015 segue em 5,70% e para os próximos 12 meses subiu de 6% para 6,05%. Há quatro semanas, as estimativas estavam em 6,01%, 5,60% e 5,98%, respectivamente.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo segue em 5,86%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas se manteve em 5,80%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 6,19% para 2014 e 6,00% para 2015.

Juro. Os economistas consultados mantiveram a previsão para a taxa Selic no fim de 2014 em 11,25% ao ano. Para 2015, a mediana segue em 120% ao ano. A taxa está hoje em 10,50% ao ano. A previsão para a taxa na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro segue em 10,75% ao ano.

Dólar. A mediana das projeções para a taxa de câmbio no final de 2014 subiu de R$ 2,47 para R$ 2,48 nas estimativas dos analistas consultados na pesquisa. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 2,45. Para o fim de 2015, a mediana subiu de R$ 2,53 para R$ 2,55. Há quatro semanas estava em R$ 2,50.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão para a taxa média de câmbio em 2014 de R$ 2,44 para R$ 2,45. Para 2015, a projeção subiu de R$ 2,49 para R$ 2,50.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,analistas-diminuem-projecao-do-pib-em-2014-para-1-79-aponta-relatorio-focus,177962,0.htm

» Apesar de Bovespa estar na baixa, ainda é cedo para voltar a investir

Para especialistas, o mercado deve apresentar muita volatilidade em 2014; se quiser aplicar, investidor precisa ter horizonte de pelo menos dois anos

Yolanda Fordelone e Gustavo Santos Ferreira, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O mercado de ações no Brasil está em queda. Mas a regra clássica de investir na Bolsa durante a baixa e vender na alta não vale neste momento. Apesar do recuo de 15,5% do Ibovespa em 2013 e do mau começo deste ano (veja o gráfico), analistas creem que investimentos na Bovespa só devem ser considerados num horizonte de resgate de longo prazo, acima dos 18 meses.

Em 2014, as turbulências do mercado devem se manter. As reduções nas injeções mensais de dólares do banco central dos Estados Unidos nos mercados diminuirão o fluxo de investimentos. Há também o possível corte na nota de crédito do Brasil, que, caso ocorra, afugentará aplicações. Pesam ainda a desconfiança em relação aos emergentes e o risco de desaceleração econômica na China, importante mercado para empresas nacionais, como a Vale.

"No Brasil, a palavra é volatilidade", diz o gestor de renda variável da Concórdia, Thiago Tregier. "A Bolsa só reagirá quando o cenário interno melhorar e, com ele, as perspectivas para o PIB." O resultado da Bolsa, para Rodrigo Vazquez, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, dependerá do desempenho macroeconômico do País. "A Bolsa cresce quando o PIB sobe, mas não deve haver nenhuma melhora expressiva neste ano", diz.

Não se pode negar as oportunidades de compra de algumas ações, hoje vendidas pela metade do valor patrimonial das empresas, como no caso da Petrobrás. Mas o sobe e desce assusta. Assim, a sugestão é clara: "O investidor só deve colocar na Bolsa o capital que não vai precisar em menos de dois anos", diz Vazquez.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, tem opinião semelhante. Embora corrobore a recomendação de que devemos comprar na baixa e diga que os preços das ações da Bovespa estão mais descontados do que deveriam, pondera: "Fatores externos e domésticos, como as eleições presidenciais, sugerem volatilidade no curto prazo e, para um investidor pequeno, pode ser arriscado".

Hoje, o investidor estrangeiro está se livrando de suas ações no País, vendendo-as por preço inferior ao que elas realmente valem - e isso derruba as cotações. Seus investimentos têm sido levados para mercados considerados mais seguros, como o americano, cujas bolsas têm maiores retornos. O índice S&P 500, por exemplo, tem alta de 21% em 12 meses. O Ibovespa, por sua vez, registra queda de 17% no período. Das 73 ações no pregão, só 12 estavam em alta até o dia 13 (veja o gráfico).

Petrobrás. Para alguns setores, como os de energia elétrica e petróleo, a atuação do governo tem contado negativamente. O mercado vê com maus olhos o "intervencionismo" da equipe econômica. No caso específico da Petrobrás, acredita-se que a política de preços dos combustíveis deveria ser independente da perseguição à meta de inflação. O peso do poder de decisão do governo na empresa pode ser medido pelo cargo desempenhado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na estatal: ele é presidente do Conselho de Administração.

No dia do último reajuste de preços, em dezembro, as ações da empresa tombaram 10%. As altas da gasolina e do diesel não bastaram para tirar a defasagem dos preços locais em relação aos praticados no exterior. Essa diferença faz com que a empresa acumule prejuízo com importações, ao subsidiar o consumo interno.

De acordo com o diretor do Centro de Energia e Recursos Naturais da Ernst & Young, Heron Miguens, o cenário não é positivo para companhia em pelo menos dois anos. São três os fatores domésticos prejudiciais, diz: (1) interferências do governo; (2) baixos níveis de produção, associados ao alto custo de exploração do petróleo; e (3) a tensão de um ano de eleições como este.

A desconfiança dos investidores com a economia brasileira joga contra a empresa, diz Miguens. Como a Petrobrás é a maior companhia nacional, o humor do mercado em relação ao Brasil sempre respinga sobre ela. E o momento, como se sabe, não é de risos. Só em 2014, seus papéis preferenciais já caíram 15%. Estão cotados na faixa dos R$ 14, algo inédito desde 2008.

Bancos. Dentro do Ibovespa, além de Petrobrás e Vale (queda de 26% em 12 meses), as ações de bancos não tinham bom desempenho até janeiro. A primeira explicação é que, por serem ações líquidas, há forte relação entre os papéis e o momento da economia. A saída de estrangeiros da Bolsa impacta fortemente o preço dos ativos. "A segunda questão é o pagamento dos planos econômicos, algo ainda não julgado na Justiça e que trouxe pressão sobre o setor", avalia a analista Karina Freitas, da Concórdia.

Os dados já divulgados em fevereiro, porém, são bons, diz o analista da Coinvalores Felipe Silveira. Com boas perspectivas, a recomendação é de compra, sempre considerando que, neste ano, a ação pode ainda ter volatilidade. Silveira só faz uma ressalva, para Santander e Banco do Brasil. "O Santander demorou para cortar custos, se comparado ao que outros bancos fizeram", diz.

"A estratégia do BB fez o índice de inadimplência subir no final do ano passado. A inadimplência do banco ainda é inferior à média, mas cresceu enquanto a média caiu", afirma.

As ações do setor já reagem. Os papéis do Itaú Unibanco, que estavam em tendência de queda, passaram a subir após a divulgação do balanço do banco. Figuram entre as maiores altas do Ibovespa em 2014.

Telecom. Dentro do Ibovespa também se destacam as ações do setor de telecomunicações, com Oi, Telefônica Brasil e TIM no campo positivo. "Questões pontuais influenciam cada papel, como processos societários no caso da Oi e da TIM e o histórico de boa pagadora de dividendos da Telefônica", analisa Karina.

Para o setor, porém, especialistas têm indicado manutenção, já por receio de as ações terem se valorizado muito. Ou seja, quem já tem o ativo deve mantê-lo na carteira e quem está de fora não deve comprá-lo.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,apesar-de-bovespa-estar-na-baixa-ainda-e-cedo-para-voltar-a-investir,177935,0.htm

» Brasil é o nº 1 em medidas protecionistas, diz OMC

Relatório indica que país foi o que mais adotou barreiras a importados em 2013, seguido por Índia, EUA e Argentina

Jamil Chade, correspondente de Genebra - O Estado de S.Paulo

O Brasil foi o país que adotou o maior número de medidas contra importados em 2013 no mundo, com um total de 39 aberturas de ações de antidumping. Os dados fazem parte de um informe preparado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e que alerta que o volume de novas barreiras no mundo no ano passado foi 30% superior ao número de 2012.

Os dados serão debatidos hoje em Genebra, numa reunião convocada para tratar do protecionismo no mundo. A OMC não acredita que exista um "surto" de protecionismo na economia mundial. Mas vai apelar aos governos para que coloquem o combate às barreiras como uma prioridade.

No total, 407 barreiras foram implementadas no mundo, 100 mais que em 2012. A OMC não entra numa avaliação se as medidas são ilegais ou não. Mas insiste que governos precisam continuar alertas diante das pressões protecionistas. No total, um fluxo de comércio equivalente a US$ 240 bilhões foi afetado pelas barreiras.

No que se refere ao Brasil, a OMC aponta que 39 novas investigações de dumping foram abertas pelo País em 12 meses. O segundo lugar ficou para a Índia, com 35 casos. Os americanos vêm na terceira posição, com 34 casos. O quarto lugar é da Argentina, com 19 casos.

Nos últimos dois anos, o Brasil já vem sendo duramente questionado na OMC por sua política comercial. Na semana passada, a Europa deu claras indicações de que vai recorrer aos juízes internacionais para julgar a política de incentivos fiscais do Brasil, numa ação que pode contar até mesmo com o apoio de Washington. Bruxelas alertou que programas como o de redução de IPI foram anunciados como medidas provisórias, mas acabaram se transformando em políticas industriais permanentes no Brasil

De fato, outra preocupação generalizada da OMC é de que as barreiras adotadas desde o início da crise, em 2008, não venham sendo retiradas com o mesmo ritmo das novas medidas protecionistas.

No mundo, as medidas adotadas por governos para facilitar o fluxo de bens despencaram em 2013, somando apenas 107 casos pelo mundo e 50 a menos que em 2012. No mesmo período, o número de países que atenderam ao pedido da OMC para detalhar as medidas comerciais adotadas no ano caiu de 39 em 2012 para 35 em 2013. Quatro de cada cinco membros da OMC nem sequer comunicou à entidade o que tem feito em termos de medidas comerciais.

Em entrevista ao Estado no fim de 2013, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, já havia afirmado que um dos problemas desde o início da crise mundial em 2008 é que 80% das medidas para barrar o comércio e declaradas como iniciativas "temporárias" na realidade jamais foram desmontadas. O temor de especialistas é que, uma vez implementadas, as barreiras não serão mais eliminadas.

O que a OMC também constatou é que o número de acordos bilaterais e regionais de comércio continua em plena expansão. Apenas em 2013, houve 23 novos tratados, fazendo com que o total atingisse 250. Segundo a entidade, um número elevado continua sendo negociado, no que pode ser um obstáculo para a OMC continuar a ser o foco do comércio mundial e do estabelecimento de regras.

Comércio. No que se refere ao fluxo de bens em 2013, a OMC não esconde que a taxa de expansão ficou abaixo de 2,5%, sua previsão inicial para o ano. Segundo a entidade, se não fosse pelos países emergentes, o comércio global teria encolhido, um cenário que teria repetido a crise de 2009.

Para 2014, a OMC destaca uma aceleração nos fluxos de bens. Mas diz que a taxa deve ficar abaixo da média dos últimos 25 anos, quando o crescimento foi de 5,5%. Para este ano, o melhor cenário aponta uma expansão de 4,5%.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-e-o-n-1-em-medidas-protecionistas-diz-omc,1131203,0.htm

» Uma consultoria que ganha na maré baixa

Conhecida por administrar negócios em dificuldades, como o Lehman Brothers e a OGX, Alvarez & Marsal dobrou de tamanho no País em 2013

Fernando Scheller - O Estado de S.Paulo

A consultoria Alvarez & Marsal, que tem mais de 30 anos de mercado e ficou conhecida ao assumir a administração do banco Lehman Brothers após a falência da instituição, dobrou o tamanho de seu escritório brasileiro no ano passado, que hoje tem 70 profissionais (no mundo, a empresa tem 2,5 mil funcionários e fatura cerca de US$ 1 bilhão ao ano). Como a consultoria é conhecida por salvar negócios em má situação, isso pode ser visto como um sinal de que a atual condição das empresas brasileiras não é das melhores.

A perspectiva de conquistar novos contratos no Brasil para reestruturação de empresas locais é tão grande que Bryan Marsal, um dos fundadores da Alvarez & Marsal e ex-presidente do Lehman Brothers, visitou na semana passada o escritório brasileiro pela primeira vez desde que ele foi aberto, em 2004. Embora Marsal não creia em uma "tempestade perfeita" na economia brasileira, ele acredita que o País está vivendo um ciclo de baixa - justamente o momento em que os negócios da consultoria são mais acionados. Em 2014, a Alvarez & Marsal pretende reforçar a equipe local com mais 30 consultores.

'Estado terminal'. Segundo ele, ao contrário do que ocorria no passado, o time brasileiro está captando contratos de empresas com desafios, mas longe do "estado terminal". Por enquanto, a Alvarez & Marsal ainda é mais conhecida no País por assumir temporariamente, no fim de 2013, a gestão da petroleira OGX (hoje Óleo e Gás Participações) e participar da reestruturação de uma quase moribunda Parmalat. Com os novos contratos, a empresa se aproxima da função que cumpre no exterior, onde atende tanto processos falimentares, como o do Lehman Brothers, quanto o redirecionamento de empresas financeiramente saudáveis, como a Levi's.

Segundo Marcelo Santos, diretor-geral da Alvarez & Marsal no País, as empresas já perceberam que o crescimento não será retomado nos próximos dois anos. Agora, as empresas locais estão buscando ajuda para se adaptar à nova realidade. "Houve crescimento dos custos de matéria-prima e também o peso do dólar e da inflação. Há um desafio do repasse desses custos para os preços", diz Santos. "Esses empreendedores estão sendo proativos, buscando assessoria para arrumar a casa."

Para Marsal, a decisão de buscar ajuda antes que os problemas se acumulem remete ao caso da Levi's. "Quando entramos na Levi's, a situação financeira da empresa era forte. Mas eles precisavam decidir o que fazer com a marca, que estava envelhecendo", explica. "Aí nós identificamos oportunidades de redução de estoques, de funcionário e também de fábricas."

A qualidade da liderança, na visão de Marsal, é fundamental para o sucesso de uma empresa. Para ele, os presidentes de empresas precisam se reinventar a cada cinco anos. "É difícil que os executivos consigam ver, quando estão no topo, que este é o momento em que a decadência começa", diz Marsal, referindo-se a empresas como IBM e Microsoft, que já dominaram o mundo da tecnologia e hoje são coadjuvantes neste mercado. Ele diz que a Apple já dá sinais de decadência, pois parou de se reinventar. E questiona a longevidade de outros gigantes da web, como Twitter e Facebook.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,uma-consultoria-que-ganha-na-mare-baixa,1131160,0.htm

» Ultra vai do combustível ao varejo

De olho em novas aquisições, grupo quer transformar os postos da bandeira Ipiranga - seu maior negócio - em minishoppings

Fernando Scheller e Mônica Scaramuzzo - O Estado de S.Paulo

"Pergunta lá no Posto Ipiranga" é o bordão que colocou a Ipiranga, braço de distribuição de combustíveis do grupo Ultra, definitivamente na boca do povo. O conglomerado, que deu início aos seus negócios em 1937 com uma distribuidora de gás de cozinha, a Ultragaz, por anos tentou se esconder dos holofotes, sempre com uma postura "low profile". Mas seus recentes passos mostram que o grupo quer se aproximar cada vez mais do consumidor.

O negócio Ipiranga anda sozinho. A divisão, que responde por quase 90% da receita do grupo - R$ 46,6 bilhões do total de R$ 53,9 bilhões (dados de 2012) -, está ampliando seu leque para novas oportunidades que o Ultra espera aproveitar para expandir os tentáculos pelo País.

Sob o guarda-chuva de cerca de 6,5 mil postos, a companhia quer extrair ao máximo negócios que possam ser explorados no mesmo local onde o consumidor abastece seu veículo.

Isso significa usar as redes de lojas de conveniência AM/PM, o serviço de troca de óleo Jet Oil, o programa de fidelidade KM de Vantagem e o Connect Car - sistema pré-pago para pedágios e estacionamentos - como chamariz de público. "Nosso posicionamento é de um lugar completo, em que vários produtos e serviços podem ser encontrados", diz Jerônimo Santos, diretor de marketing da Ipiranga.

Guinada. Quando comprou ativos da Ipiranga em 2007, o Ultra deu uma guinada nos seus negócios, que estavam restritos à Ultragaz, à Oxiteno, braço químico, e à Ultracargo, de logística. No início dos anos 2000, o grupo, liderado por Paulo Cunha, hoje na presidência do conselho de administração, sonhava em tornar o Ultra uma potência petroquímica no Brasil, com a compra dos ativos da ex-Copene, que foram incorporados pela Odebrecht (atual Braskem).

Ao adquirir a Ipiranga e, um ano depois, a Texaco, o Ultra começou a construir seu império em distribuição de combustível, no qual é vice-líder, atrás da BR Distribuidora, da Petrobrás. "Cada distribuidora tem estratégia diferente. Enquanto a Raízen (parceria entre Shell e Cosan) tenta atrair o consumidor pela qualidade do combustível, a Ipiranga tem uma visão mais diversificada, apostando em outros serviços", diz Helvio Rebeschini, diretor de planejamento estratégico do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).

A Ipiranga será a forma de o grupo Ultra garantir a expansão para outros segmentos (ver arte acima). No fim de 2013, a empresa pagou R$ 1 bilhão pela rede de farmácias paraense Extrafarma e pretende expandir os pontos em seus postos. A expansão de farmácias em postos, contudo, depende da legislação de cada Estado.

No radar. Antes mesmo de comprar a Extrafarma, a Ipiranga já vinha testando a receptividade do cliente às drogarias em postos. Na Região Sul, de acordo com Santos, a empresa tem uma boa relação com a rede Panvel, que abriu várias unidades em postos. Segundo apurou o Estado, o Ultra já está de olho em outras redes de farmácias regionais, especialmente no Nordeste. Fontes afirmam também que a empresa está interessada em redes de alimentação. Embora hoje existam parcerias, o interesse do Ultra seria ser dono dos negócios e mandar efetivamente nas redes instaladas em seu "território".

Com maior concentração no Sudeste e Sul, o Ultra está expandindo a rede de postos para as Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nas estradas, no entanto, a empresa ainda não tem um "chamariz" de público. Segundo o vice-presidente da consultoria Epigram, Marcelo Bicudo, os postos rodoviários precisam de uma oferta de serviços clara, com comida de qualidade e banheiros amplos e limpos. "Ao contrário da rede Frango Assado, a loja de conveniência AM/PM não é um chamariz para quem viaja com a família. Nas estradas, essa âncora é fundamental", observa Bicudo.

Como todos os postos Ipiranga no País são operados por parceiros, uma das tarefas do marketing da Ipiranga é convencer os proprietários a tornar seus pontos mais atraentes, com o crescimento da operação de varejo. "A ideia é que as operações de retaguarda do posto entrem na rotina do consumidor", diz Santos, lembrando que, por isso, parte das lojas AM/PM tem padarias. Ele afirma que, até agora, não tem sido muito difícil convencer os proprietários a reformular os postos. E por uma só razão: a operação de varejo, de forma geral, tem margem superior à venda de combustíveis.

Campanha. Desde a semana passada, a Ipiranga está com nova campanha publicitária, com seis filmes criados pela agência Talent que vendem a ideia de um posto completo. Abastecer é (quase) um detalhe.

No entanto, o próprio diretor de marketing da empresa, Jerônimo Santos, admite que a maior parte dos postos ainda não se adequou a essa realidade. Do total dos cerca de 6,5 mil pontos, pouco mais 1,4 mil têm lojas de conveniência. Produtos mais recentes, como o Connect Car, criado em parceria com a Odebrecht para concorrer com o Sem Parar, são ainda mais restritos.

A compra do sistema de pagamento de pedágios está disponível, por enquanto, somente no Estado de São Paulo. Neste mês, o Connect Car deverá começar a ser introduzido no Rio Grande do Sul, mas ainda não há planos para uma expansão mais agressiva.

Outros serviços que também são vistos como opções futuras para boa parte da rede, como lavandeiras e agências bancárias, hoje só estão disponíveis em algumas unidades. Para transformar mesmo toda a rede em "postos completos", o Ultra ainda tem muito trabalho pela frente.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ultra-vai-do-combustivel-ao-varejo,1131170,0.htm

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

» Balança comercial tem rombo de US$ 5,8 bilhões no acumulado de 2014

Na primeira semana deste mês, exportações caíram 24,6% na comparação com a mesma semana de 2013 e houve saldo negativo de US$ 1,703 bilhão

Renata Veríssimo - Agência Estado

BRASÍLIA - Com o saldo negativo de US$ 1,703 bilhão da primeira semana de fevereiro, a balança comercial brasileira acumula déficit de US$ 5,761 bilhões no acumulado de 2014 - informou nesta segunda-feira, 10, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio (MDIC). Foram 27 dias úteis até agora.

Na comparação com o mesmo período de 2013 (mês de janeiro e primeira semana de fevereiro, mas com 23 dias úteis), o saldo negativo estava em R$ 4,222 bilhões.

Fevereiro. Na primeira semana de fevereiro, foram registradas exportações de US$ 3,258 bilhões e importações de US$ 4,961 bilhões.

As vendas externas no acumulado de 2014 somam US$ 19,284 bilhões, com média diária de US$ 714,2 milhões, 1,8% menor que no mesmo período de 2013 (US$ 727,0 milhões). As importações totalizam US$ 25,045 bilhões no acumulado de 2014, com média diária de US$ 927,6 milhões, alta de 1,9% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 910,6 milhões).

A média diária das exportações na primeira semana de fevereiro foi de US$ 651,6 milhões, queda de 24,6% em relação à media diária de fevereiro de 2013. A venda de produtos básicos caiu 32,4%, por conta, principalmente, de petróleo em bruto, milho em grão, algodão em bruto, fumo em folhas, farelo de soja, minério de ferro, café em grão, e carne suína e de frango. Os embarques de manufaturados registraram queda de 19,4%. A retração foi puxada por automóveis de passageiros, óxidos e hidróxidos de alumínio, autopeças, pneumáticos, bombas e compressores, calçados e motores e geradores elétricos. No grupo de semimanufaturados, a queda nas exportações foi de 18,1%, puxada por açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro ou aço, celulose e ouro em forma semimanufaturada.

Nas importações, a média diária da primeira semana de fevereiro de 2014 foi de US$ 992,2 milhões, 6,1% acima da média de fevereiro de 2013 (US$ 934,9 milhões). Aumentaram as compras no exterior de combustíveis e lubrificantes (43,4%), aparelhos eletroeletrônicos (12,5%), cereais e produtos de moagem (6,0%), plásticos e obras (3,2%) e instrumentos de ótica e precisão (3,1%).

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,balanca-comercial-tem-rombo-de-us-5-8-bilhoes-no-acumulado-de-2014,177504,0.htm

» Cresce número de ações na Justiça pela mudança na correção do FGTS

Reajuste atual do fundo não cobre a inflação e milhares de ações pedem ressarcimento de perdas; Caixa diz que recorrerá de decisões contra o FGTS

Hugo Passarelli - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) acumula um desempenho nada animador nos últimos 15 anos. De julho de 1999 a fevereiro de 2014, seu reajuste foi de 99,71%, bem abaixo da inflação no período. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), por exemplo, acumula alta de 159,24% até janeiro deste ano, o último dado disponível.

O saldo do FGTS é atualizado todo dia 10 de cada mês, respeitando a fórmula de 3% ao ano mais Taxa Referencial. Na ponta do lápis, o rombo criado pelo descolamento entre o atual modelo de reajuste e os índices de preços está na casa dos bilhões. Só neste ano, R$ 6,8 bilhões deixaram de entrar no bolso dos trabalhadores, segundo cálculos do Instituto FGTS Fácil, organização não governamental que presta auxílio aos trabalhadores. Em 2013, a cifra chegou a R$ 27 bilhões.

A TR é calculada pelo Banco Central e tem como base a taxa média dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) prefixados, de 30 dias a 35 dias, oferecidos pelos 30 maiores bancos do País. A redução da taxa básica de juros, a Selic, a partir de 1999, foi diminuindo o valor da TR e fez com que o reajuste do FGTS não conseguisse nem repor as perdas com a alta dos preços da economia.

A queda mais forte dos juros promovida no início do governo de Dilma Rousseff só acentuou esse problema. De 2012 para cá, não foi raro o momento em que a taxa ficou zerada.

A reversão dessa política, com o atual ciclo de aperto monetário, já elevou a Selic para 10,5% ao ano, o que ajuda a recompor um pouco a remuneração pela TR. Mas é insuficiente para que o FGTS seja reajustado no mesmo ritmo da inflação.

Uma simulação do FGTS Fácil aponta que um trabalhador que tinha R$ 10 mil em 1999, e não teve mais nenhum depósito desde então, teria agora R$ 19.971,69 pela atual regra. O valor subiria para R$ 40.410,97 caso o reajuste considerasse os 3% anuais mais a correção da inflação pelo INPC, uma diferença de mais de 100%.

Disputa. De olho nessa rentabilidade perdida, milhares de brasileiros tentam conseguir na Justiça uma mudança na correção do fundo. As centrais sindicais também entraram no jogo e estão movendo ações coletivas, geralmente a preços mais baixos que os cobrados por advogados em processos individuais.

O volume de ações começou a crescer no ano passado, quando o STF decidiu que a TR não poderia ser usada como índice de correção monetária para os precatórios - títulos de dívida emitidos pelo governo para pagar quem ganhou ações na Justiça contra o poder público.

A partir daí, muitos advogados entenderam que esse raciocínio poderia ser estendido para o debate sobre o FGTS, mas o tema é polêmico. "O STF disse que a TR não é índice de correção da inflação, nada além disso", afirma Geraldo Wetzel Neto, sócio do Bornholdt Advogados.

Na semana passada, a Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou uma ação civil pública na Justiça do Rio Grande do Sul pedindo que a correção do FGTS seja alterada para melhor refletir a perda do poder de compra.

O juiz da 4ª Vara Federal de Porto Alegre, Bruno Brum Ribas, já decidiu que as resoluções ao longo desse processo terão validade em todo o País. Na avaliação do magistrado, é preciso reconhecer o alcance nacional da questão "sobretudo pela inquestionável proliferação de demandas da espécie já há alguns meses em todo o País".

Vale a ressalva de que, caso os trabalhadores vençam essa batalha, a diferença no reajuste do FGTS valeria não só para aqueles que têm saldo atualmente, mas também para quem efetuou resgates desde 1999.

A Caixa Econômica Federal, responsável pela administração do FGTS, acumula mais de 39 mil processos na Justiça sobre o tema e diz que já conseguiu vitória em 18,3 mil deles.

Neste ano, contudo, começaram a aparecer as primeiras decisões favoráveis ao trabalhador. O banco informou, em nota, que "recorrerá de qualquer decisão contrária ao FGTS."

Mas o caminho ainda deve ser longo. A palavra final sobre o tema deve acontecer só na última instância do judiciário brasileiro, o Supremo Tribunal Federal (STF). "É uma tese ainda em início de trajetória no poder judiciário", ressaltou a assessoria de imprensa da DPU. "O julgamento vai ser demorado porque haverá um componente político quando o tema chegar em Brasília", diz Wetzel.

Nas contas do tributarista Carlos Henrique Crosara Delgado, do escritório Leite, Tosto e Barros, a discussão só deve chegar ao Supremo num período de cinco a dez anos. "A tese em discussão é a mesma dos planos econômicos, de que o patrimônio do trabalhador foi corroído."

Dinheiro represado. Todos os meses, as empresas são obrigadas a depositar o equivalente a 8% do salário do empregado na conta do FGTS. Como a disputa pela mudança da correção do fundo está longe de terminar, as perdas continuam a crescer mês a mês.

O problema se agrava porque, caso o trabalhador não tenha sacado o valor, não há opção de destinar o dinheiro para uma aplicação mais vantajosa ou, ao menos, que cubra a inflação. O dinheiro do fundo pode ser resgatado, por exemplo, em caso de demissão sem justa causa, doença grave ou compra de imóvel.

Mario Avelino, presidente do Instituto FGTS Fácil, diz que embora as questões relativas ao FGTS possam ser questionadas em um período de até 30 anos, a hora é de tentar recuperar as perdas. "Quanto mais ações de trabalhadores, mais pressão sobre o judiciário", afirma.

Embora a percepção geral seja de que a maré está virando a favor dos trabalhadores, alguns especialistas lembram que não há garantias, por enquanto, de vitória dos trabalhadores.

Isso porque as decisões favoráveis até agora ainda podem ser questionadas. "O trabalhador pode, por exemplo, cair com um juiz que não tenha esse raciocínio e aí terá de pagar os honorários advocatícios caso perca a ação’, alerta Delgado.

Apesar dos riscos, vale a ressalva de que o trâmite na Justiça, em ação individual ou coletiva, deve se arrastar por muitos anos. Logo, a decisão sobre a ação de um trabalhador pode, eventualmente, coincidir com o período em que o tema estará em discussão no STF.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,cresce-numero-de-acoes-na-justica-pela-mudanca-na-correcao-do-fgts,177446,0.htm

» Pesquisa Focus traz inflação e PIB menores e juro maior para 2014

Projeção de crescimento em 2014 agora é de 1,90%; IPCA deve encerrar o ano em 5,89%, segundo os analistas

Eduardo Cucolo, da Agência Estado

BRASÍLIA - A Pesquisa Focus desta semana, com a expectativa dos analistas para as principais variáveis econômicas, trouxe uma projeção de inflação e Produto Interno Bruto (PIB) menores e juro maior para 2014. A projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2014 caiu de 6% para 5,89%, de acordo com a pesquisa realizada pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa estava em 6%. Para 2015, a projeção segue em 5,70%.

Essa é a primeira pesquisa após a divulgação do IPCA de janeiro, que ficou em 0,55%, abaixo do piso de levantamento AE Projeções (de 0,57% a 0,74%). A projeção de inflação para os próximos 12 meses segue em 6,00%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,99%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo caiu de 6,20% para 5,86%.

Para 2015, a previsão dos cinco analistas passou de 6% para 5,80%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 6,19% para 2014 e 5,80% para 2015. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em fevereiro segue em 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,64%. Para março, a projeção segue em 0,50% há sete semanas.

Selic. Os economistas consultados pelo BC elevaram a previsão para a taxa Selic no fim de 2014 de 11,00% para 11,25% ao ano. Para 2015, a mediana subiu de 11,88% para 12,00% ao ano. A taxa está hoje em 10,50% ao ano. A previsão para a taxa na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro segue em 10,75% ao ano.

A previsão para a Selic média subiu de 10,91% para 10,94% ao ano para 2014 e de 11,62% para 11,75% para 2015. Há quatro semanas, estavam em 10,47% e 11,03% ao ano, respectivamente. Nas estimativas do grupo Top 5, a previsão para a Selic no fim de 2014 segue em 11,75% ao ano. Para 2015, segue em 12,25% ao ano.

PIB. A previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 passou de 1,91% para 1,90% na pesquisa. Para 2015, a estimativa de expansão continua em 2,20%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 1,99% e 2,48%.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 caiu de 2,00% para 1,93%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 2,95%, ante 3,00% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,20% para 2014 e de 3,00% em 2015 para o setor.

Os analistas elevaram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,90% para 34,95%. Há quatro semanas, estava em 34,95%. Para 2015, segue em 35,00% há oito semanas.  

Câmbio. A mediana das projeções para a taxa de câmbio no final de 2014 segue em R$ 2,47 nas estimativas dos analistas consultados. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 2,45. Para o fim de 2015, a mediana subiu de R$ 2,51 para R$ 2,53. Há quatro semanas estava em R$ 2,47.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão para a taxa média de câmbio em 2014 em R$ 2,44. Para 2015, a projeção segue em R$ 2,49. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 2,40 neste ano e R$ 2,44 no próximo.

A pesquisa também mostra que, para o fim de fevereiro e março, a estimativa segue em R$ 2,40. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo para o fechamento de 2014 caiu de R$ 2,50 para R$ 2,45. Para 2015, passou de R$ 2,58 para R$ 2,43.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,pesquisa-focus-traz-inflacao-e-pib-menores-e-juro-maior-para-2014,177469,0.htm

» As vantagens de ser o segundo

Marina Gazzoni

O ano passado foi marcado por perdas para a aviação, mas a Gol tem ao menos um bom motivo para comemorar. A companhia aérea transformou seu programa de milhagem, o Smiles, que funcionava até 2012 como um departamento da Gol, em um negócio bilionário. A empresa se tornou independente, abriu o capital e hoje vale R$ 4,4 bilhões, cerca de 50% mais do que a própria Gol.

O Smiles chegou à Gol como uma herança da Varig, adquirida em 2007 por US$ 320 milhões. O programa foi incorporado, mas a gestão de milhas era um negócio secundário dentro da complexa estrutura de uma companhia área.

Com o lançamento da Multiplus, que nasceu a partir do programa de fidelidade da TAM e abriu o capital em 2010, a Gol começou a olhar com outros olhos para o Smiles. Com estrutura enxuta, margens elevadas e uma alta geração de caixa, a Multiplus logo virou a queridinha dos investidores.

A partir de 2011, a Gol iniciou uma série de análises de modelos de negócio para alavancar o Smiles. “Queríamos capturar o valor de um ativo que estava escondido dentro da empresa, seguindo um exemplo de sucesso, que era a Multiplus”, disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff.

O plano começou a sair do papel em janeiro do ano passado, quando o Smiles nasceu oficialmente como empresa independente. De lá para cá, a nova empresa acelerou na corrida para tentar aumentar sua participação no lucrativo mercado de fidelização brasileiro.

O primeiro passo foi escolher um presidente e preparar a companhia para fazer sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O escolhido para o cargo foi o executivo Leonel Andrade, ex-presidente da Credicard, da financeira Losango e diretor executivo da Visa no Brasil.

A opção por um executivo com trajetória na indústria de cartões não foi à toa. A maior parte do faturamento da Smiles, que somou R$ 1 bilhão em 2013, vem dos bancos, que pagam à companhia cada vez que seus clientes trocam pontos do cartão de crédito por milhas.

Andrade entrou no Smiles em fevereiro, quando a empresa ainda estava incubada na sede da Gol e tinha uma equipe de dez pessoas. De lá para cá, o Smiles ganhou sede própria e hoje tem exatos 81 funcionários, muitos vindos da Credicard.
Com a missão de inovar na indústria de fidelização, eles já começaram a colocar no mercado suas invenções. Nos últimos seis meses, o Smiles passou a vender milhas aos clientes, montou um clube de assinaturas para acúmulo de pontos, liberou a transferência de milhas entre os participantes e deixou que eles reativassem os pontos vencidos – cobrando taxas.

A empresa também fez uma série de promoções com bancos para dar bônus extra aos clientes. A tentativa é convencer o dono do cartão de crédito a trocar seus pontos para o Smiles e não para a concorrência.

Essas ações fazem parte da execução de um plano estratégico definido pela empresa em meados de 2013, com o auxílio do Boston Consulting Group (BCG). “A estratégia é ficar mais próximo dos bancos e melhorar a oferta de resgate com empresas aéreas”, disse Andrade. “Podemos inovar na indústria de fidelização.”

Resultado. Em seu primeiro ano como empresa autônoma, o Smiles faturou R$ 1 bilhão e deu lucro de R$ 208 milhões. A ação da empresa acumula alta de quase 70% desde a abertura de capital, em abril de 2013.
“O Smiles estava dormente e sua participação no mercado de fidelização é menor do que a da Gol no setor aéreo. A empresa tende a crescer e a conquistar uma participação que é dela naturalmente”, disse o analista do Santander, Henrique Navarro.

Gol e TAM encerraram o ano passado com uma participação no mercado doméstico muito próxima – 37,3% e 37,8%, respectivamente, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mas a Multiplus tem entre 20% e 25% mais participantes do que o Smiles e fatura o dobro do concorrente.

O Smiles saiu atrás na corrida pelo mercado de fidelização e agora tem o desafio de recuperar o tempo perdido. Mas, para os analistas, há uma vantagem em ser o segundo. “O Smiles aprendeu com os erros da Multiplus”, disse o analista do BB Investimentos, Carlos Daltozo.

Antes de montar o negócio, a equipe da Gol conversou com pelo menos 25 analistas de mercado sobre de que forma poderia aprimorar o modelo da Multiplus. A resposta foi de que deveria ter mais cuidado com a governança corporativa.

De olho nisso, o Smiles criou um sistema que requer o aval de conselheiros independentes em todos os contratos envolvendo as duas empresas. A companhia também estruturou seu IPO com o comprometimento de que o fundo General Atlantic investiria R$ 400 milhões na empresa – hoje ele é dono de 15% do Smiles. “Ter um grande acionista independente deixa o mercado mais confortável”, disse Navarro, do Santander. “Se o mercado sente o cheiro de ingerência do controlador na empresa, há um impacto na ação gigantesco.”

Multiplus. A sensação de que a TAM poderia usar a Multiplus como instrumento para reforçar seu caixa azedou a relação da Multiplus com os investidores no ano passado. A ação da empresa caiu mais de 40% no último ano e hoje já vale menos do que o Smiles, apesar de ser líder e faturar o dobro.

A empresa começou a perder valor em março, após anunciar uma operação de aumento de capital, estimada em R$ 800 milhões. O dinheiro captado seria direcionado para compra antecipada de passagens da TAM. “O movimento foi interpretado como ingerência do controlador (a TAM) na empresa. A Multiplus tinha caixa e não tinha necessidade de fazer essa capitalização”, explicou Daltozo.

A oferta foi cancelada, mas a confiança dos investidores ainda não foi recuperada. A saída do presidente e do diretor financeiro da companhia reforçaram os temores de que a empresa poderia retomar a operação. Procurada, a Multiplus não quis dar entrevista.

Ao dar autonomia para o Smiles, quem mais ganhou foi a Gol. A empresa aérea ainda é controladora do Smiles e dona de 57% de suas ações. Ou seja, seu pedaço vale R$ 2,5 bilhões.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://blogs.estadao.com.br/marina-gazzoni/2014/02/10/as-vantagens-de-ser-o-segundo-2/

» Receita Federal lança aplicativo para empresas

APP CNPJ permite que empresários, contadores e despachantes consultem a base de dados do Fisco

Economia & Negócios e Agência Estado

SÃO PAULO - A Receita Federal lançou nesta segunda-feira, 10, novo aplicativo para tables e smartphones, voltado para empresas. O APP CNPJ permite que empresários, contadores e despachantes acessem informações na base de dados da Receita.

De acordo com o subsecretário de arrecadação e atendimento da Receita Federal, Carlos Roberto Occaso, o dispositivo foi criado com a intenção de simplificar e facilitar o acesso às informações da Receita.

"Um aplicativo deste atinge milhões de usuários e facilita demais os processos", afirmou.

Ele argumentou que existem hoje mais de 17 milhões de CNPJ ativos, 1,8 milhão de pedidos de inscrição no CNPJ por ano e 5 milhões de pedidos de alteração anualmente. Os principais usuários que serão atendidos pelo novo aplicativo serão, segundo o Fisco, empresários, contadores e despachantes.

Outros apps. A Receita Federal já tinha outros três aplicativos, mas para os contribuintes: o Pessoa Física", o Viajantes no Exterior e o Importador.

O aplicativo Pessoa Física permite, por exemplo, consultar na base de dados da Receita Federal informações sobre restituições e Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs).

Para os turistas, o Viajantes no Exterior dispõe do "Assistente DBA". Trata-se de serviço de perguntas e respostas sobre a necessidade, ou não, de se ter uma Declaração de Bagagem Acompanhada para viajar. Além disso, em vídeo, fornece informações básicas sobre procedimentos alfandegários.

O Importador, por sua vez, é um aplicativo que busca ajudar o cidadão em processos de importação. Ele promete tornar possível acompanhar o itinerário de determinada carga, em tempo real; conferir regras legais do Mercosul; e simular importações, para calcular previamente gastos futuros.

Todos os aplicativos são compatíveis com os sistemas operacionais Android e iOS. Podem ser baixados no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) ou nas lojas virtuais de cada sistema operacional.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,receita-federal-lanca-aplicativo-para-empresas,177487,0.htm

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

» Após apagão, ações de empresas de energia têm dia de queda na Bolsa

Analistas já especulam sobre o impacto dos problemas do setor elétrico na atividade econômica e no desempenho do PIB deste ano

Economia & Negócios, Agência Estado e O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - As ações das companhias elétricas não reagem bem no pregão desta quarta-feira, 5, após o apagão do dia anterior. Segundo analistas, não só o apagão pressiona os papeis, mas também a alta dos preços de energia, a escassez de chuvas, a forte demanda devido ao calor e os investimentos futuros do setor.

Às 14h, a ação ON da Cemig recuava 3%, figurando entre as maiores baixas do Ibovespa. Já o papel ON da Energias do Brasil tinha baixa de 2,41% e Tractebel, de 1,56%. No horário, o Ibovespa registrava queda de 1,17%.

Analistas já especulam sobre o impacto dos problemas do setor elétrico na atividade econômica - enfraquecida no fim do ano passado pelo tombo registrado na produção industrial em dezembro (-3,5%) - e no desempenho do PIB deste ano.

O apagão atingiu cidades de quatro regiões do País e afetou cerca de 6 milhões de pessoas, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O restabelecimento da interligação entre o Norte e o Sudeste ocorreu 38 minutos após a queda da energia, mas algumas localidades chegaram a ficar quase duas horas sem luz. Até o momento, o ONS nega que o consumo elevado de energia tenha provocado o apagão.

O órgão vai se reunir amanhã com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia para discutir o apagão.

Chuvas. O ONS não trabalha com previsão de chuvas nas principais bacias hidrográficas do País nos próximos dez dias. Apesar da forte estiagem, o órgão disse que o sistema tem condições de atender à demanda, inclusive nos momentos de pico de consumo, e lembrou que nunca deixou de chover no período úmido (que vai de novembro a abril de cada ano).

"O período úmido pode atrasar, mas nunca deixou de chover", afirmou o presidente do ONS, Hermes Chipp, que evitou fazer previsões sobre quando as chuvas vão retornar em quantidade suficiente para recompor o nível dos reservatórios. Ele destacou que a Região Norte, especialmente a usina de Tucuruí, tem sido a grande fonte de fornecimento de energia para o resto do País, enviando diariamente em torno de 4,8 mil MW médios para atender à forte demanda nas Regiões Nordeste e Sudeste.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,apos-apagao-acoes-de-empresas-de-energia-tem-dia-de-queda-na-bolsa,177162,0.htm

» Entrada de dólar supera saída em US$ 1,6 bilhão em janeiro

Depois dos resultados negativos recordes em dezembro e em 2013, fluxo cambial voltou a ser positivo em janeiro

Eduardo Cucolo - Agência Estado

BRASÍLIA - Depois dos resultados negativos recordes em dezembro e em 2013, o fluxo cambial voltou ao campo positivo em janeiro. A entrada de dólar superou a saída em US$ 1,610 bilhão em janeiro de 2014.

Em dezembro de 2013, o resultado havia sido negativoem US$ 8,780 bilhões. As operações financeiras responderam por uma entrada líquida de apenas US$ 19 milhões, diferença entre entradas de US$ 43,344 bilhões e saídas de US$ 43,324 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

O ingresso de divisas veio a despeito da onda de mau humor global que tem assolado os mercados emergentes e que levou o dólar a bater R$ 2,45 em alguns momentos da semana passada. O Banco Central informou também que os bancos tinham posição cambial vendida de US$ 16,593 bilhões também até o dia 31.
No comércio exterior, o saldo foi positivo em US$ 1,591 bilhão, com importações de US$ 17,566 bilhões e exportações de US$ 19,157 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 2,537 bilhões em ACC, US$ 6,333 bilhões em PA (maior valor desde maio de 2013) e US$ 10,288 bilhões em outras entradas. No mesmo período de 2013, o fluxo total estava negativo em US$ 2,386 bilhões.

Entre os dias 27 e 31 de janeiro, a entrada de dólares no País superou a saída em US$ 608 milhões. Foi a segunda semana seguida de resultado positivo. Na semana anterior, o saldo foi de US$ 2,897 bilhões.

Na semana passada, o saldo ficou positivo em US$ 286 milhões no segmento financeiro, que reúne operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras. O valor é a diferença entre entradas de US$ 11,581 bilhões e saídas de US$ 11,295 bilhões. No comércio exterior, o saldo ficou positivo em US$ 322 milhões, com importações de US$ 3,998 bilhões e exportações de US$ 4,319 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 714 milhões em ACC, US$ 1,402 bilhão em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 2,203 bilhões em outras operações.

(Com Reuters)

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,entrada-de-dolar-supera-saida-em-us-1-6-bilhao-em-janeiro,177181,0.htm

» Dólar oscila influenciado por dados dos Estados Unidos

Moeda norte-americana abriu em queda ante o real, mas já testou mínimas e máximas

Economia & Negócios e Agência Estado

SÃO PAULO - Após abrir em leve queda, o dólar à vista no balcão testou mínimas e máximas, influenciado pelos dados da economia dos Estados Unidos.

O dólar à vista abriu em leve queda ante o real e registrou mínima por volta de 9h40, a R$ 2,4040, em queda de 0,33%.

Logo após o fim do leilão de swap cambial do Banco Central, a moeda norte-americana continuou em tendência de queda. O Banco Central vendeu a oferta integral de 4 mil contratos de swap cambial, totalizando US$ 197,3 milhões.

O primeiro dos dois indicadores dos Estados Unidos aguardados para hoje veio abaixo do esperado. O setor privado norte-americano criou 175 mil empregos em janeiro, segundo pesquisa da Automatic Data Processing/Macroeconomic Advisers (ADP/MA). Os analistas esperavam 189 mil novas vagas. Além disso, a leitura de dezembro, que havia surpreendido positivamente, foi revisada para 227 mil empregos, de 238 mil anteriormente. 

Às 13 horas, sai o ISM do setor de serviços, que pode completar o cenário pouco animador para a atividade dos EUA na passagem de 2013 para 2014. 

Por volta de 11h25 o dólar avançava 0,12%, a R$ 2,4150. Mas voltou a cair em seguida (11h59), cotado a R$ 2,4110, em queda de 0,04%.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/ae-mercados-geral,dolar-oscila-influenciado-por-dados-dos-estados-unidos,177152,0.htm

» Assim como em 2013, indústria deve crescer pouco neste ano, afirma CNI

Câmbio e desoneração da folha de pagamentos ajudam competitividade, mas alta dos juros são entrave, segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria

Laís Alegretti - Agência Estado

BRASÍLIA - A indústria brasileira em 2014 deve ter desempenho semelhante ao de 2013, quando houve pequeno crescimento do setor, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No quadro atual, de acordo com o gerente executivo de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco, o crescimento de 2% da indústria é uma expectativa otimista para 2014.

O indicador de horas trabalhadas registrou em 2013 o pior resultado desde 2008, quando houve queda de 9,8%. No ano passado, a queda foi de 2,5%. "Isso reverte expectativa de recuperação mais expressiva das indústrias", afirmou Castelo Branco.
"Você está sem empuxo muito forte para crescimento em 2014", disse. Ele afirmou, entretanto, que a taxa de câmbio mais desvalorizada pode favorecer crescimento do setor. "A taxa de câmbio mais desvalorizada favorece a competitividade nas exportações e na competição com importados no nosso mercado", explicou.

Castelo Branco afirmou que medidas como a desoneração de folha e a redução do custo de energia podem gerar melhora da competitividade. "Mas ainda seguimos com dificuldade que não conseguimos superar, que é o ciclo de juros", afirmou, em referência à alta da Selic. "Essa combinação para manter inflação sob controle termina sendo desfavorável para o setor industrial."

Janeiro. A indústria encerrou 2013 em ritmo lento, conforme divulgou nesta quarta-feira, 5, a CNI. Castelo Branco adiantou, entretanto, que em janeiro os indicadores "podem vir mais positivos que os do fim do ano".

Nos últimos meses do ano, segundo a CNI, houve uma forte perda da intensidade da atividade da indústria, especialmente em dezembro. Todos os indicadores do último mês do ano passado apresentaram queda na comparação com o mesmo mês de 2012, com exceção do emprego. No ano, entretanto, esses mesmos indicadores apresentaram alta. "A indústria em 2013 foi muito oscilante. Na média, houve pequeno crescimento", afirmou Castelo Branco. "O ano de 2013 foi um ano de recuperação, mas de recuperação fraca. Mal deu para retomar patamares anteriores", afirmou Castelo Branco. "A indústria mostra certa dificuldade de retomar ritmo de crescimento de forma mais permanente. Os dados anuais positivos são fruto de um efeito sobe desce que dominou todo o ano."

Faturamento. O faturamento foi o indicador que apresentou a maior alta no ano, de 3,8%. O efeito câmbio explica esse resultado, segundo Castelo branco. "Nos períodos de valorização do real, temos perda de faturamento da indústria. Agora, com melhoria do patamar de cambio, isso permite rentabilidade melhor", explicou. Ele aponta que, se o câmbio se mantiver no atual patamar, haverá efeito favorável para o faturamento da indústria também neste ano.

Dos 21 setores pesquisados, 17 apresentaram crescimento no faturamento. A maior ala foi na área de máquinas e materiais elétricos, com 17,7%. Em seguida, aparece madeira, com 12,2%. Por outro lado, mostraram queda bebidas (14,3%), impressão e reprodução (9,0%) farmacêuticos (5,1%) e móveis (2,4%).

Castelo Branco afirmou que as pressões sobre a moeda dos países emergentes vão permanecer ao longo de 2014. "Um dólar mais valorizado por um lado é melhor, mas temos que levar em conta que as moedas dos outros emergentes também estão desvalorizando em relação ao dólar e isso faz com que dificuldades de competição nesses mercados permaneça", disse. "O ambiente internacional não é tão amigável para economias emergentes."

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,assim-como-em-2013-industria-deve-crescer-pouco-neste-ano-afirma-cni,177170,0.htm

» Inflação da baixa renda sobe 0,71% em janeiro, calcula FGV

Com o resultado, o índice acumula alta de 4,70% em 12 meses

Idiana Tomazelli, da Agência Estado

RIO - A inflação percebida pelas famílias de baixa renda registrou alta de 0,71% em janeiro, ante alta de 0,56% em dezembro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumula alta de 4,70% em 12 meses.

A taxa do IPC-C1 de janeiro, de 0,71%, permaneceu abaixo da inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,99% em janeiro.
A taxa de inflação acumulada em 12 meses do IPC-C1 também se posicionou em patamar inferior, aos 4,70%. Em igual período, o IPC-Br subiu 5,61%. Apesar disso, grupos como alimentação e despesas diversas no IPC-C1 ficaram pressionados acima do índice geral, com taxas de 6,49% e 8,43%, respectivamente.

Em janeiro, a aceleração ocorreu em cinco das oito classes de despesa pesquisadas. Os destaques foram Despesas Diversas (0,48% para 3,80%); Educação, Leitura e Recreação (0,45% para 2,99%), influenciados por cigarros (0,68% para 6,59%) e cursos formais (0,00% para 9,29%), respectivamente.

Além disso, a Alimentação registrou pequeno avanço, de 0,71% para 0,80% na passagem para janeiro, influenciada por uma queda menor em laticínios (-4,14% para -3,13%), item de peso no orçamento das famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos.

Itens como cebola e cenoura também tiveram forte aceleração. A cebola subiu 28,90% em janeiro, depois de alta de 16,58% em dezembro. Já a cenoura avançou 39,42%, depois de alta de 13,19% no último mês de 2013. Apesar disso, os preços do tomate cederam 9,58%, invertendo parte da alta de 11,12% registrada em dezembro.

Também aceleraram em janeiro os grupos Habitação (0,54% para 0,56%) e Comunicação (-0,02% para 0,13%), puxados por eletrodomésticos (0,17% para 0,66%) e pacotes de telefonia fixa e internet (-1,42% para 1,19%), respectivamente.

Em contrapartida, desaceleraram os grupos Vestuário (0,52% para -0,28%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,37% para 0,24%), com o alívio nas roupas (0,61% para -0,32%) e nos medicamentos em geral (0,16% para -0,14%).

O grupo Transportes, que vinha sendo fortemente influenciado pelo reajuste dos preços da gasolina ao longo do mês de dezembro, arrefeceu a alta de preços. Com a passagem do efeito do reajuste, a gasolina saiu de alta de 4,04% para queda de 0,05%, o que levou o grupo a subir 0,30% em janeiro, contra 0,67% no último mês de 2013.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,inflacao-da-baixa-renda-sobe-0-71-em-janeiro-calcula-fgv,177140,0.htm