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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

» Economistas esperam alta do juro básico para 11% até o fim do ano

Na pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, analistas de mercado também reajustaram previsões de inflação para cima

Célia Froufe - Agência Estado

BRASÍLIA - O mercado financeiro revisou a expectativa para a atuação do Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em fevereiro. De acordo com o relatório de mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 27, pelo BC, o colegiado deverá promover um novo aumento da taxa básica de juros, a Selic, desta vez de 0,25 ponto porcentual, já no mês que vem. Com isso, a mediana das previsões para o curto prazo passou de 10,50% ao ano para 10,75% ao ano. Um mês atrás, a perspectiva era de uma taxa de 10,50% no segundo mês do ano.

Com a mudança, a projeção é a de que a Selic terminará este ano em 11,00%, conforme o levantamento. Até a semana anterior, a previsão era de uma taxa de 10,75% no encerramento do ano. Um mês antes, a expectativa era de um porcentual ainda mais baixo dos juros no período, em 10,50%.

O horizonte do mercado mudou depois da surpresa para a maioria dos analistas com oaumento de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 10,50% ao ano, em janeiro. A decisão foi promovida há aproximadamente 15 dias pelo BC. Além disso, a ata da reunião do Copom, divulgada na semana passada, sinalizou que o Banco Central está disposto a manter o ciclo de alta do juro básico em função da inflação persistente.

Para o fim de 2015, a mediana das estimativas na Focus para a Selic seguiu inalterada em 10,50% ao ano.

Inflação. A despeito da surpresa positiva do IPCA-15 de janeiro, que ficou abaixo das previsões do mercado, o relatório de mercado Focus trouxe ajustes das estimativas para a inflação levemente para cima.

Para o IPCA de 2014, a taxa passou de 6,01% para 6,02% - há um mês estava em 5,98%. No caso de 2015, a mediana das projeções aumentou de 5,60% para 5,70% ante taxa de 5,50% vista há quatro semanas. A mediana das previsões suavizadas à frente para o IPCA acumulado em 12 meses passou de 5,98% da pesquisa anterior para 5,99% na atual. Um mês antes, no entanto, estava em 6,03%.

No caso do IGP-DI, houve manutenção da mediana das expectativas para 2014 em 5,90% de uma semana para outra - um mês atrás estava em 6,00%. Para 2015, a mediana das estimativas segue em 5,50% pela nona semana consecutiva.

Em relação ao IGP-M, principal referência para os reajustes de aluguel, a mediana das previsões foi mantida em 5,96% ao final deste ano - um mês antes estava em 6,01%. Para 2015, a mediana das estimativas também permaneceu em 5,50% como na pesquisa anterior. Um mês atrás, porém, estava em 5,40%.

PIB. O mercado financeiro voltou a apresentar um viés negativo para a atividade econômica neste e no próximo ano. De acordo com o relatório Focus, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter expansão de 1,91% em 2014 ante perspectiva de avanço de 2,00% da semana passada e vista também um mês antes. No caso de 2015, as previsões foram alteradas de 2,50%, como estavam também quatro semanas atrás, para 2,20% agora.

Já para a atividade manufatureira, a Focus mostrou que houve manutenção das perspectivas para o crescimento da produção industrial este ano em 2,20% - a mediana de um mês atrás era de 2,23%. Para 2015, o mercado voltou a projetar uma taxa de expansão para o setor de 2,95%, como era visto um mês antes. É que na semana passada, a mediana das estimativas foi ajustada para 2,89%.

Câmbio. As previsões para o comportamento do câmbio neste e no próximo ano passaram por poucas correções. A mediana das estimativas para o câmbio ao final de 2014 foi mantida em R$ 2,45 pela quinta semana consecutiva. Para 2015, a mediana das previsões seguiu em R$ 2,50 de uma semana para outra, apesar de estar em R$ 2,45 há um mês.

Já a mediana das previsões para o câmbio médio em 2014 foi ajustada de R$ 2,41 para R$ 2,42 - quatro semanas atrás estava em R$ 2,40. No caso de 2015, o câmbio médio permaneceu em R$ 2,45 de uma semana para outra. Vale lembrar, porém, que um mês antes estava em R$ 2,40.

Superávit. Os analistas estão descrentes em relação ao otimismo da autoridade monetária com as contas externas deste ano. A expectativa para o superávit da balança comercial em 2014 passou de US$ 9,10 bilhões para US$ 8 bilhões de uma semana para outra, voltando ao mesmo nível de um mês atrás. Para o BC, as transações comerciais terão um saldo positivo de US$ 10 bilhões em 2014. Para 2015, houve manutenção da previsão de um superávit de US$ 12 bilhões pela quinta semana consecutiva na Focus.

Crucial para as transações correntes do País, a perspectiva para a balança contaminou as previsões apresentadas na Focus para o déficit em conta corrente. De acordo com o levantamento, o déficit deste ano deve ser de US$ 73 bilhões ante expectativa anterior de um rombo de US$ 72,15 bilhões - quatro semanas atrás a projeção era de déficit de US$ 72 bilhões para essa conta. Para 2015, as previsões também voltaram a piorar, atingindo a expectativa mediana de um déficit de US$ 71,45 bilhões ao final do ano ante previsão de resultado negativo de US$ 70,60 bilhões da semana anterior e de US$ 71,60 bilhões de um mês antes.

O que chamou a atenção na Focus foi a mudança que o mercado promoveu na mediana para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) deste ano. Depois de 75 semanas sem alterar a expectativa de ingresso de US$ 60 bilhões, o mercado conta agora com a entrada de US$ 57,50 bilhões, quantia insuficiente para financiar o rombo externo previsto para o período. Para 2015, a mediana das previsões segue em US$ 60 bilhões. No caso da relação dívida/PIB, a Focus manteve a taxa anterior de 34,80% em 2014 - um mês atrás, a expectativa era de uma variação de 35,00%. Para 2015, a mediana das previsões está congelada em 35,00% há seis semanas.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-brasil,economistas-esperam-alta-do-juro-basico-para-11-ate-o-fim-do-ano,176360,0.htm

» Corte de IPI 'custou' R$ 12,3 bilhões

Apesar do incentivo para aumentar as vendas de veículos, montadoras pedem mais ajuda para autopeças, máquinas e exportações

Adriana Fernandes e Renata Veríssimo - O Estado de S. Paulo

O incentivo tributário dado pelo governo para aumentar as vendas de automóveis custou R$ 12,3 bilhões de renúncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os cofres do governo federal, mas não foi suficiente para reduzir o lobby da indústria automobilística, que pede atualmente novos incentivos para o setor de autopeças, máquinas e exportações.

A crise na Argentina e as restrições impostas pelo principal parceiro do Brasil no Mercosul devem diminuir as exportações brasileiras de veículos e servem agora como novo instrumento de pressão sobre o governo.

Desde o estouro da crise internacional em 2008, foram 10 medidas de redução, prorrogação e retorno parcial do IPI. O imposto voltou a subir em janeiro de forma gradual e as alíquotas devem chegar ao patamar normal no segundo semestre do ano.

Levantamento obtido pelo Estado, com dados ainda não divulgados pela Receita, mostra que o maior impacto das desonerações ao longo desse período ocorreu em 2013, de R$ 4,5 bilhões, justamente quando o governo mais precisou de arrecadação para fechar as contas.

Em xeque. A perda de arrecadação com as desonerações ajudou a derrubar o chamado superávit primário do setor público e colocou em xeque a política de corte de impostos adotada pelo governo para acelerar o crescimento do PIB.

As medidas de estímulo à economia não surtiram o efeito esperado nessa segunda etapa da crise financeira - depois de 2012 - mas o governo tem tido enorme dificuldade em acabar com os incentivos por conta da pressão das empresas. Nas últimas semanas, dirigentes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) têm tido reuniões seguidas com autoridades com uma lista extensa de pedidos.

Tanto na avaliação do governo quanto dos representantes do setor a renúncia fiscal significou o aumento dos investimentos e do emprego. Segundo a Anfavea, o número de postos de trabalho ocupados no setor subiu de 144,6 mil no final de 2011 para 153,5 mil pessoas em dezembro de 2013 (mais 8,9 mil pessoas). O último dado disponível pela entidade mostra que os fabricantes investiram US$ 5,34 bilhões em 2012. Os números de 2013 ainda não foram fechados, mas o setor tem o compromisso de investir US$ 21 bilhões em quatro anos ( 2011-14).

"É uma renúncia grande. Mas estamos acompanhando as contrapartidas em termos de investimento e manutenção do emprego e consideramos cumprido (o compromisso)", avaliou a secretária de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Heloísa Menezes.

Demissões. Ela minimizou o impacto das demissões da General Motors (GM), mesmo com o compromisso das montadoras de não demitir. "A GM demitiu em São José dos Campos e contratou em outras unidades. No computo geral não houve demissão",ponderou. Na sua avaliação, houve uma realocação da produção. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, argumenta que o compromisso de manutenção dos empregos é setorial e não por empresa.

Apesar de publicamente defenderem a política de desonerações, integrantes do Ministério da Fazenda não escondem o incômodo gerado com as demissões da montadora em 2012 e 2013. Nas duas vezes, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou os dirigentes para prestar esclarecimentos.

Em defesa das desonerações, a Anfavea argumenta que o aumento das vendas, impulsionado pela queda do IPI, contribuiu para uma alta da arrecadação de outros tributos. Projeções da entidade mostram que o setor pagou R$ 8,2 bilhões a mais de PIS, Cofins, ICMS e IPVA por conta da redução do IPI entre maio de 2012 e dezembro de 2013. Pelos cálculos da Anfavea, os licenciamentos novos de veículos nesse período teria sido 1,48 milhão menor sem o corte do IPI.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,corte-de-ipi-custou-r-12-3-bilhoes,1123306,0.htm

» Fundos brasileiros lucraram o dobro

Retorno da indústria de private equity no Brasil superou o dos Estados Unidos

Luiz Guilherme Gerbelli e Naiana Oscar - O Estado de S.Paulo

Os executivos da gestora de investimentos Carlyle encerraram 2013 com motivos para comemorar. Quatro anos depois de comprar a operadora de turismo CVC - e enfrentar altos e baixos na gestão da companhia brasileira - o grupo conseguiu levá-la à Bolsa, com um lucro que fez inveja ao mercado. O Carlyle pagou R$ 380 milhões por 63,6% da CVC em 2010 (os outros R$ 320 milhões foram descontados de uma dívida). E, segundo cálculos do setor, ganhou 3,5 vezes mais, na abertura de capital, ao se desfazer de parte de suas ações na empresa.

Assim como o Carlyle com a CVC, outros fundos de private equity (como são chamadas as gestoras que compram participações em empresas) conseguiram ganhar muito dinheiro no Brasil nas últimas décadas - o dobro registrado em um dos mercados que virou referência nessa área: o americano.

Uma pesquisa inédita feita pelo Insper, em parceria com a gestora Spectra, identificou que os fundos que investiram seus recursos no mercado brasileiro entre 1990 e 2008 tiveram uma taxa de retorno do investimento de 17,1% ao ano, enquanto nos Estados Unidos os fundos ganharam 8,3% no período.

O levantamento considerou 78 gestoras e levou em conta a rentabilidade de 46 fundos. Embora não abranja todo o mercado (a estimativa é de que já existam em torno de 200 empresas trabalhando com isso no País), o dado é relevante já que tudo que envolve a indústria de private equity é cercado de sigilo. As estatísticas sobre esse segmento são escassas no Brasil. Ao contrário do mercado americano, que lida com o universo dos private equities desde a década de 70 e já conta com um robusto banco de dados, com mais de 700 gestoras. "Surpreende justamente o fato de termos uma indústria tão jovem com resultados tão bons", diz Andréa Minardi, professora do Insper responsável pela pesquisa. "Ao mesmo tempo é natural que esses fundos busquem mais retorno onde o risco é maior, como nos países emergentes."

Alguns fatores, de acordo com ela, ajudam a explicar o desempenho dos fundos brasileiros, entre eles o bom momento da economia após o plano Real. "Ninguém em sã consciência queria fazer investimentos de longo prazo num País com 80% de inflação ao mês", complementa Sidney Chameh, sócio-fundador da DGF Investimentos, que tem R$ 900 milhões sob gestão. "Mas o Brasil de fato mudou, a renda da população cresceu e as oportunidades atraíram a atenção dessa indústria", diz Christopher Meyn, responsável pelos fundos de private equity do Gávea, fundado por Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central.

Com a economia estável, as empresas brasileiras passaram a considerar o investimento privado como opção de financiar seu crescimento, já que o custo do capital no País continuou sendo proibitivo. Os fundos encontraram aqui um ambiente ideal: empresários sedentos por dinheiro e empresas pouco profissionalizadas, com muito espaço para cortar custos e melhorar a gestão - ferramentas usadas pelos profissionais de private equity para elevar o valor das companhias e obter lucro.

Foi o que a GP Investimentos, uma das maiores gestoras do País, fez na rede de ensino Estácio de Sá. Ao entrar no capital da empresa em 2008, o executivo que assumiu o comando no lugar da família fundadora criou um total de 3 mil metas a serem cumpridas por todos os funcionários da companhia: desde o tempo de atendimento telefônico até o acréscimo de alunos.

No ano passado, o fundo vendeu sua participação na Estácio, lucrando 2,7 vezes o que tinha investido. O retorno está longe do lucro obtido no melhor negócio da história da GP (ao vender as ações da companhia elétrica Equatorial a gestora multiplicou o investimento por 31), mas é um ganho considerável em relação ao restante do portfólio da empresa, que tem negócios complicados como a Magnesita e a San Antonio.

"Os fundos têm sua importância para economia mas é preciso levar em conta que nem sempre eles fazem bem para as empresas investidas", diz Aloísio Macário, um dos coordenadores do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. "Quando eles chegam é um vendaval."

O executivo Jonas Gomes, da Bozano Investimentos, estima que existam até 20 mil empresas médias no País com porte para receber investimento e aderir ao mercado de capitais. Embora no universo total a presença dos fundos de private equity no capital das empresas ainda seja irrelevante, as gestoras têm, aos poucos, virado protagonistas dos principais negócios no País. No ano passado, os fundos participaram de 47% das 789 fusões e aquisições registradas no Brasil, segundo levantamento da PwC.

O avanço da indústria brasileira de private equity atraiu alguns dos maiores fundos do mundo para o País nos últimos anos. E o mercado, que no início só conhecia nomes como GP, Gávea e Pátria, ganhou competidores de peso como o próprio Carlyle e o gigante KKR.

Expectativa. Agora, com o Produto Interno Bruto (PIB) andando de lado, a dúvida dos fundos é se será possível repetir a rentabilidade das últimas décadas daqui para frente. Na conversa com alguns dos principais gestores do País, duas palavras têm sido repetidas à exaustão: "cautela", quando se referem à estratégia de compra e venda das empresas, e "resiliência", para definir o que eles vão levar em conta daqui para frente ao procurar um alvo. Setores como educação, saúde e de infraestrutura estão entre as prioridades.

"Estamos passando por um momento de transição em que a euforia ficou para trás", diz Patrick Ledoux, que comanda a operação brasileira da gestora inglesa Actis. Em geral, está mais difícil captar dinheiro entre os investidores estrangeiros para novos fundos. Para quem já tem dinheiro em caixa, é um bom momento de fazer aquisições, já que a tendência é que os preços fiquem mais baixos.

Por outro lado, fechar o ciclo de investimento com a venda da participação deve ser mais difícil. Esse movimento, avaliam os gestores, deve ser mais forte em 2015, depois da Copa e das eleições. "Não é que a indústria foi tomada por um pessimismo generalizado", afirma Ricardo Kanitz, sócio da Spectra. "O fato é que ela está mais pé no chão."

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,fundos-brasileiros-lucraram-o-dobro,1123356,0.htm

» Após crise cambial, reajuste de preços ameaça Argentina

Empresários dizem que repassarão alta e sindicatos pedem aumentos; governo afirma que desvalorização não afetará preços

Ariel Palacios - Correspondente - O Estado de S.Paulo

BUENOS AIRES - As incertezas tomaram conta dos argentinos ao longo deste fim de semana, depois do início de uma crise cambial na qual o país mergulhou na semana passada. Empresários já falam em alta de preços e retiram produtos das vitrines e os sindicatos, prevendo a aceleração da inflação, afirmaram que vão pressionar por maiores altas salariais.

A expectativa sobre a escalada de preços está sendo inflada pelos temores de continuidade da persistência da alta do dólar - cuja cotação oficial aumentou 18% na semana passada, a maior desde 2002 - além da elevação das tarifas dos serviços públicos autorizadas dias atrás pela Casa Rosada.

Além disso, informações extraoficiais indicam que o governo Kirchner avalia reduzir ou eliminar os subsídios concedidos há vários anos para as empresas do setor de energia elétrica, de forma a reduzir o déficit fiscal. No entanto, isso provocaria um aumento das tarifas da eletricidade para os consumidores. As informações afirmam que o governo também autorizaria as empresas de combustíveis a elevar seus preços nas próximas semanas.

O ministro da Economia, Axel Kicillof, em diversas declarações no sábado e ontem, afirmou que a desvalorização da moeda não afetará nem preços nem salários. "Quem diz isso mente. Não vamos permitir", exclamou o ministro, que prometeu que o PIB argentino crescerá 5,1% neste ano, além de negar uma perda do poder aquisitivo dos salários. Desde que o ministro tomou posse, no dia 19 de novembro, o dólar oficial aumentou em 33%.

Por causa da desvalorização, nas últimas dez semanas a Bolsa de Valores de Buenos Aires perdeu 22% em dólares.

Supermercados. Os donos de supermercados sustentam que estão recebendo listas de seus fornecedores que indicam aumentos imediatos de até 15%. Isso complicaria o congelamento de preços de 194 produtos imposto pelo governo Kirchner no final de dezembro, que entrou em vigência na primeira semana de janeiro.

Na ocasião do lançamento do congelamento, o dólar oficial estava em 6,62 pesos. Na sexta-feira encerrou a jornada em 8,00 pesos. Entre esses dois momentos, o dólar oficial teve alta de 20,85%. Por esse motivo, o empresário Alfredo Coto, dono da maior rede de supermercados de capital nacional, declarou que "a alta do dólar fará oscilar custos dos produtos do acordo de preços".

No entanto, o secretário de Comércio, Augusto Costa, ameaçou os empresários, declarando que não hesitará em abrir importações caso seja necessário garantir a estabilidade de preços e o abastecimento.

O chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, afirmou que o governo Kirchner "agirá com todo o rigor da lei nos casos em que ocorram abusos dos formadores de preços". Capitanich sustentou que bens com alta proporção de componentes importados, como carros e eletrodomésticos ficarão na mira do governo, que realizará "monitoramentos permanentes".

A tensão também está crescendo de forma simultânea à queda das reservas do Banco Central, utilizadas pelo governo Kirchner em sua guerra cambial. Na semana passada as reservas caíram US$ 700 milhões. Dessa forma, as reservas ficaram em US$ 29,06 bilhões. Em 2011, quando Cristina foi reeleita, estavam em US$ 52 bilhões. A oposição acusa a presidente de usar as reservas do BC como "um talão de cheques".

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,apos-crise-cambial-reajuste-de-precos-ameaca-argentina,1123388,0.htm

» Chuvas mais fracas em 43 anos em represas pressionam custo da energia

Represas baixas. As tempestades que transtornam os centros urbanos são inapropriadas para encher os reservatórios das hidrelétricas; no Sudeste, onde se concentram grandes usinas, o volume de água nas barragens para gerar energia caiu em janeiro

Alexa Salomão - O Estado de S.Paulo

Neste início de ano, as trombas d'água, como é de costume, têm alagado ruas, invadido casas e até feito vítimas fatais em vários centros urbanos do País. Para as cidades, tem sido, em muitos momentos, um caos. Para o setor de energia elétrica, porém, o volume de chuvas de janeiro frustrou expectativas.

Tecnicamente, o que se diz no setor é que a quantidade de chuva capaz de ser convertida em energia elétrica nos rios e nas barragens ficou muito abaixo do ideal. Na verdade, essa chuva teve um comportamento oposto ao esperado. Ao invés de aumentar, como é o normal para esta época do ano, ela caiu.

As chuvas foram especialmente ruins no Sudeste, justamente a região onde se concentram as hidrelétricas mais importantes para o abastecimento do País. O indicador que mede o impacto das chuvas sobre os reservatórios - e funciona como importante sinalizador para o nível de abastecimento - é chamado de ENA, a Energia Natural Afluente (leia quadro). Segundo levantamento realizado pela comercializadora de energia Compass, o indicador tende a terminar o mês com o menor valor dos últimos 43 anos: seria o pior janeiro para o setor elétrico no Sudeste desde 1971.

"Existe uma anomalia climática que não é apenas nacional, mas global", diz Patricia Madeira, analista da área de energia da Climatempo, empresa especializada em mapeamento climático. Segundo Patrícia, a seca na Austrália, o frio polar nos Estados Unidos e o calor em cidades como São Paulo fazem parte dessa mesma anomalia.

Na capital paulista, a temperatura média nas três primeiras semanas de janeiro ficou em 31,1 graus, bem acima da média histórica de 27,3 graus. Mantida a tendência, este será o janeiro mais quente da história da cidade, desde que as medições foram iniciadas, em 1943.

Preço alto. O calor aumenta a evaporação nos reservatórios e deixa a terra seca, propensa a reter a água. Para complicar, o nível das barragens está baixo há quase dois anos, o que demanda mais água para voltar ao normal. "Até temos chuvas, mas são temporais que não valem nada para os reservatórios de usinas: eles precisam de dias consecutivos de chuvas para encher", diz Patricia.

Pelas análises da Climatempo, as atuais condições climáticas devem perdurar até o final de primeira quinzena de fevereiro. A chuva deve aumentar em março, já no final do período úmido. Assim, há risco de os reservatórios não serem devidamente recompostos neste ano. Para que os reservatórios pudessem encher, seria preciso chover em março seis vezes mais que a média histórica - e não é isso que está previsto. "A tendência é que será mais um ano de térmicas ligadas e de pressão sobre a geração - e também sobre o preço da energia", diz Marcelo Parodi, sócio da Compass.

De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço da energia no chamado mercado à vista subiu 18% em uma semana: passou de R$ 410/MWh na semana passada para R$ 484,83/MWh nesta semana.

Na avaliação do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, é cedo para fechar previsões. "É fato que o ano começou ruim, mas não podemos dizer se a situação vai ou não se reverter." O mais importante, segundo ele, é que, apesar de os reservatórios estarem baixos, não há risco de racionamento.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,chuvas-mais-fracas-em-43-anos-em-represas-pressionam-custo-da-energia,1123062,0.htm

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

» Argentina passa o Brasil e ocupa posto de maior carga tributária da AL

No entanto, País é o segundo maior pagador de impostos da região, com o equivalente a 36,3% do PIB em dispêndios anuais

Fernando Nakagawa, da Agência Estado

LONDRES - O Brasil perdeu o incômodo título de maior carga tributária da América Latina - mas continua com números ruins, na segunda posição. Os maiores pagadores de impostos da região agora são os argentinos. A fatia de impostos na economia argentina fechou o ano em 37,3% do PIB (produção de bens e serviços). No Brasil, o indicador ficou em 36,3% do PIB.

A carga tributária do Brasil cresceu em 2012 e está acima da média da América Latina. Supera inclusive a média dos países ricos. Levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização que reúne os países desenvolvidos, mostra que a carga tributária brasileira continuou crescendo em 2012.

Em apenas um ano, o peso dos impostos no total da economia aumentou 1,4 ponto porcentual. Esse foi o terceiro ano consecutivo de aumento da carga tributária brasileira, que aumentou 3,7 pontos porcentuais do PIB desde 2009. Na comparação com 1990, o avanço é ainda mais expressivo: 8,1 pontos.

Apesar de a carga tributária brasileira continuar crescendo, o Brasil perdeu o posto de maior carga tributária da região porque a Casa Rosada apertou o contribuinte argentino mais fortemente que o movimento feito pelo Ministério da Fazenda no Brasil.

Em 2012, a carga tributária do país vizinho cresceu 2,6 pontos. Além de sofrer com uma das maiores inflações da América Latina, a Argentina também tem registrado forte aumento dos impostos e a carga tributária mais que dobrou nos últimos anos. Em 1990, o indicador estava em 16,1% do PIB e, desde então, subiu expressivos 21,2 pontos porcentuais, segundo a OCDE.

No relatório, a OCDE diz que a arrecadação de impostos está "aumentando consideravelmente" em todos os países da América Latina. "Este crescimento é reflexo das condições macroeconômicas mais favoráveis, assim como das mudanças de desenho dos sistemas tributários e do fortalecimento das administrações tributárias", diz o estudo divulgado em Paris e Santiago.

Enquanto países como Argentina e Brasil registram aumento expressivo na carga tributária nas últimas décadas, o mesmo fenômeno não acontece nos países mais ricos do mundo.

"A tendência vista na América Latina contrasta com a registrada nos países da OCDE, cuja proporção entre impostos e PIB tem permanecido relativamente estável, já que em 2011 estava em 34,1% do PIB, menos de um ponto porcentual acima do patamar de 1990", diz a entidade.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,argentina-passa-o-brasil-e-ocupa-posto-de-maior-carga-tributaria-da-al,175764,0.htm

» Inflação dispara e carro ‘coletivo’ é opção

Impacto dos transportes no IPCA foi multiplicado por sete em um ano; calculadora simula custos de carro, moto, táxi, bicicleta, ônibus e metrô

Bianca Pinto Lima e Mariana Congo - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A inflação dos transportes disparou em 2013 mesmo sem o reajuste das tarifas públicas na maioria das capitais. O impacto do grupo foi quase multiplicado por sete no IPCA, passando de 0,48% em 2012 para 3,29% no ano passado. Os transportes, que também incluem as passagens aéreas, têm atualmente o segundo maior peso no orçamento das famílias, atrás apenas de alimentação e bebidas, segundo o IBGE.

Em São Paulo, onde o trânsito compromete a qualidade de vida, compartilhar o automóvel pode ser mais barato do que ônibus ou metrô, dependendo da distância e do número de pessoas que dividirão a conta. Isso é o que mostra a Calculadora da Mobilidade Urbana, publicada peloEstadão.com.br. A ferramenta compara os custos de deslocamentos com carro, táxi, moto, transporte público e bicicleta na capital.

Um dos mitos derrubados é exatamente o de que o carro é sempre mais caro que o transporte público. Para um percurso de até 20 quilômetros, dividir os gastos de um automóvel popular por quatro pessoas é mais vantajoso do que ônibus ou metrô. No caso do Gol, o trecho por pessoa custará R$ 2,99, contra R$ 3 da tarifa única. Com o carro cheio, o valor seria ainda menor: R$ 2,39. Já em um veículo de luxo, como o Porsche Cayenne, o custo será quase dez vezes maior (R$ 28,43). 

"A depreciação é o principal peso para o carro de luxo. Já para o popular, a maior pressão vem do combustível", diz Nelson Beltrame, professor da FIA e um dos autores do estudo.

A inflação dos transportes deveria ter sido até maior em 2013, avalia o coordenador do Laboratório de Finanças do Insper, Michael Viriato. "Os preços das tarifas e da gasolina estão represados e devem voltar a subir com força depois das eleições", diz. Mesmo após o reajuste de 4% em dezembro, o combustível segue subsidiado pelo governo.

Além dos carros, a lógica da carona pode ser aplicada aos táxis. Após analisar o itinerário de 600 clientes corporativos, a empresa de gerenciamento de táxis Wappa concluiu que muitas corridas saem de lugares próximos e vão para o mesmo destino. A partir disso, lançou uma função para organizar caronas. "Individualismo e correria ainda são grandes entraves", avalia César Matias, diretor de tecnologia da Wappa. 

Para o presidente da WTS BRA e professor da FGV, Fernando Zilveti, a eficiência é o principal desafio. "Quando se fala em administração pública e empresarial, a questão do transporte não envolve apenas o cálculo de custos, mas também saber otimizar os recursos", diz.

Reverter a lógica individualista do transporte é prática que ganha cada vez mais adeptos. Na Europa, estudo da consultoria Frost & Sullivan prevê que a adesão ao compartilhamento de veículos vai saltar de 700 mil pessoas em 2011 para 15 milhões em 2020. Ou seja, mais gente disposta a combinar os meios de locomoção em prol da mobilidade.

Atualmente, diversos aplicativos e sites tentam promover o transporte solidário. Lançado em 2011, o site Caronetas é um exemplo. Para facilitar a divisão de custos entre quem dá e quem pega a carona, o site lançou uma moeda virtual que gera flexibilidade nos pagamentos.

Desafios. Na prática, contudo, nem sempre é fácil combinar várias modalidades de transporte. A média de ocupação dos automóveis em São Paulo continua perto de 1,4 pessoa. "Carro lotado a gente só vê em dia de velório, casamento ou jogo de futebol. No dia-a-dia, até dentro de uma mesma família é difícil conciliar os horários e montar uma grade de caronas", avalia o consultor de trânsito e mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Horácio Augusto Figueira.

Ele alerta que a maioria das pessoas só lembra do custo do combustível na hora de computar o gasto diário com um carro, mas a despesa é muito maior e abarca itens como depreciação e manutenção. Ao incluir o estacionamento, para deslocamentos curtos, o táxi pode ser imbatível frente ao carro. Além da conta econômica, ele lembra que questões como segurança, conforto e tempo de deslocamento - ou mesmo se é um percurso eventual ou cotidiano - são variáveis importantes.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,inflacao-dispara-e-carro-coletivo-e-opcao,175696,0.htm

» Após alta da Selic, analistas esperam juro ainda maior no fim de 2014

Economistas elevaram previsão para a taxa básica de juros de 10,5% para 10,75%, segundo pesquisa Focus

Eduardo Cucolo - Agência Estado

BRASÍLIA - Os economistas consultados pelo Banco Central na pesquisa Focus elevaram a previsão para a taxa Selic no fim de 2014 de 10,50% para 10,75% ao ano. Se a previsão se confirmar, os juros voltarão ao nível que estavam no começo do governo Dilma Rousseff. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de 10,00% para 10,50% ao ano.

Para 2015, a projeção foi mantida em 11,50% ao ano. A previsão para a Selic média subiu de 10,47% para 10,69% ao ano para 2014 e de 11,03% para 11,42% para 2015. Há quatro semanas, estavam em 10,47% e 11% ao ano, respectivamente.

Apesar da revisão na projeção para o fim de 2014, a previsão para a taxa na reunião do Copom de fevereiro segue em 10,50% ao ano.

Inflação. A projeção de inflação medida pelo IPCA para 2014 subiu de 6,00% para 6,01%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 5,97%.

Para 2015, a projeção passou de 5,50% para 5,60%. Há quatro semanas, estava em 5,50%. A projeção de inflação para os próximos 12 meses recuou de 5,99% para 5,98%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 6,05%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo segue em 6,19%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas continua em 6,00%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,90% para 2014 e 5,80% para 2015.

Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em janeiro de 2014 subiu de 074% para 0,75%. Há quatro semanas, estava em 0,72%. Para fevereiro, a projeção passou de 0,64% para 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,64%.

PIB. A previsão de crescimento da economia brasileira em 2014 subiu de 1,99% para 2,00. Para 2015, a estimativa de expansão passou de 2,48% para 2,50%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,00% e 2,50%.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 foi mantida em 2,20%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 2,89%, ante 3,00% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,23% para 2014 e de 2,95% em 2015 para o setor.

Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,95% para 34,80%. Há quatro semanas, estava em 34,70%. Para 2015, segue em 35,00% há cinco semanas.

Câmbio. A mediana das projeções para a taxa de câmbio ao final de 2014 segue em R$ 2,45. Há quatro semanas, a projeção era de R$ 2,45. Para o fim de 2015, a mediana subiu de R$ 2,47 para R$ 2,50. Há quatro semanas estava em R$ 2,45.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro elevou a previsão para a taxa média de câmbio em 2014 de R$ 2,40 para R$ 2,41. Para 2015, a projeção passou de R$ 2,44 para R$ 2,45. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 2,40 neste ano e no próximo. A pesquisa também mostra que, para o fim de janeiro de 2014, a estimativa segue em R$ 2,36. Para fevereiro, segue em 2,37. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo para o fechamento de 2014 segue em R$ 2,50. Para 2015, subiu de R$ 2,43 para R$ 2,58.

IGP-DI. A projeção para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2014 caiu de 5,92%. Quatro semanas atrás, o mercado previa alta de 6,00%. Para 2015, a projeção para o IGP-DI segue em 5,50%. Há quatro semanas, estava em 5,50%

Para o IGP-M, a estimativa para 2014 recuou de 6,00% para 5,96%. Há quatro semanas, estava em 6,02%. Para 2015, a projeção continua em 5,50%. Há quatro, estava 5,40%.

A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2014 continuou em 5,45%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 5,41% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo. Para 2015, a projeção está em 5,00% há 35 semanas.

Economistas mantiveram ainda a estimativa para o aumento do conjunto dos preços administrados - as tarifas públicas - para 2014 em 4%. Para 2015, a projeção segue em 5,00%. Há quatro semanas, as projeções eram de, respectivamente, 4,00% e 5,00%.

Déficit conta corrente. O mercado financeiro elevou a previsão para o déficit em transações correntes em 2014. A mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente este ano subiu de US$ 71,60 bilhões para US$ 72,15 bilhões. Para 2015, a previsão de déficit nas contas externas passou de US$ 71,10 bilhões para US$ 70,60 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 71,80 bilhões para 2014 e em US$ 71,60 bilhões para 2015.

Na mesma pesquisa, economistas elevaram a estimativa de superávit comercial em 2014 de US$ 8,25 bilhões para US$ 9,10 bilhões. Quatro semanas antes, estava em US$ 8,03 bilhões. Para 2015, a projeção segue em US$ 12 bilhões há quatro semanas. A pesquisa mostrou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, foi mantida em US$ 60 bilhões para 2014 (está no mesmo valor há 75 semanas). Para 2015, subiu de US$ 59 bilhões para US$ 60 bilhões.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,apos-alta-da-selic-analistas-esperam-juro-ainda-maior-no-fim-de-2014,175728,0.htm

» PIB da China cresceu 7,7% em 2013

Resultado anual registrado no 4º trimestre ficou acima da meta estabelecida pela governo, de 7,5%

Reuters

PEQUIM - O crescimento econômico da China por pouco não atingiu em 2013 a mínima em 14 anos, embora alguns economistas digam que a desaceleração será inevitável neste ano, à medida que autoridades e investidores se preparam para reformas difíceis.

A chance de que a segunda maior economia do mundo possa desacelerar nos próximos meses foi reiterada nesta segunda-feira por dados que mostraram enfraquecimento do avanço do investimento e da produção industrial nos últimos meses do ano passado.

A perda de ímpeto limitou o crescimento anual da China em 7,7%, mínima em seis meses, no trimestre de outubro a dezembro, uma desaceleração que, segundo alguns analistas, pode se aprofundar neste ano conforme o país suporta o fardo de curto prazo de reorganizar seu modelo de crescimento para o benefício no longo prazo.

O crescimento anual em 2013 foi de 7,7%, inalterado ante 2012 e apenas levemente acima das expectativas do mercado por ritmo de expansão de 7,6%, que teria sido o mais lento desde 1999.

Após 30 anos de crescimento econômico vigoroso de dois dígitos que tirou muitos milhões de chinesas da pobreza mas que também devastou o meio ambiente, a China quer mudar o tom ao abraçar o desenvolvimento sustentável e de maior qualidade.

Isso significa reduzir a intervenção governamental para permitir que os mercados financeiros tenham maior participação na alocação de recursos, e promover o consumo doméstico ao custo de investimentos e exportações.

Dados desta segunda-feira da Agência Nacional de Estatísticas mostraram que a economia da China de 56,9 trilhões de iuanes (US$ 9,4 trilhões) ainda está muito dependente do investimento para crescer.

A formação de capital representou 54% do crescimento econômico da China no ano passado, superando a porção de 50% do consumo. As exportações líquidas, por outro lado, reduziram 4,4% do crescimento geral.

"Não vejo nenhuma evidência de requilíbrio no ano passado", disse o economista Tim Condon, do ING em Cingapura.

Porém, há sinais de que Pequim quer controlar o investimento.

Para 2013 como um todo, o investimento em ativos fixos aumentou 19,6%, o menor avanço em pelo menos 10 anos e logo abaixo das estimativas por crescimento de 19,8%.

O investimento ambicioso pelos governos chineses locais que soma cerca de US% 3 trilhões  em dívida tem estado na dianteira do impulso de investimento da China nos últimos anos, uma tendência que tem que analisada, disse o chefe da agência de estatísticas chinesa, Ma Jiantang.

"Em 2014, eu acredito que as reformas continuarão a ser as principais forças propulsoras para o crescimento econômico", acrescentou Ma.

Bom desempenho. A leve desaceleração do crescimento da China é vista pela maioria dos especialistas como algo inevitável, à medida que o país muda para o desenvolvimento de melhor qualidade.

"De modo geral, a economia chinesa está tendo bom desempenho durante sua fase de ajuste", disse o economista-chefe para a China da IHS Global Insight, Brian Jackson.

Porém, não restam muitas dúvidas de que a economia chinesa está perdendo fôlego.

O crescimento da produção industrial ficou em 9,7% em dezembro ante o ano anterior, mínima em cinco meses, na medida em que as fábricas lutaram com demanda interna e externa mais fracas.

Uma minoria de analistas preveem que a economia da China possa acelerar neste ano, frustrando a crença predominante de que o crescimento irá se enfraquecer para abrir espaço para as reformas.

O Deutsche Bank espera que o crescimento chinês acelere para 8,6% neste ano, enquanto o RBS vê 8,2%.

Fontes dos principais institutos de pesquisa disseram à Reuters que o governo provavelmente deve manter sua meta de 7,5% de crescimento econômico novamente em 2014.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,pib-da-china-cresceu-77-em-2013,175704,0.htm

» Inflação em alta é desafio de Dilma em ano eleitoral

Ao contrário dos antecessores Fernando Henrique e Lula, que foram ajudados pelos índices de preços, situação da presidente será desfavorável

IDIANA TOMAZELLI / RIO - O Estado de S.Paulo

A economia, principalmente a inflação alta, promete ser o "calcanhar de Aquiles" da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Isso porque a alta de preços tem mostrado resistência no patamar de 6%, acima da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central (BC). Para este ano, analistas esperam nova aceleração, com possibilidades de a taxa acumulada ultrapassar a banda superior da meta (6,5%) em alguns meses.

A situação é completamente oposta àquela enfrentada por Fernando Henrique Cardoso e Lula na reeleição. "Será a primeira vez, desde 1994, que a inflação pode se tornar o foco da agenda econômica nas eleições", diz Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra e ex-secretário do Tesouro.

O cenário de 1994 era diferente, diz o economista. A questão era acabar de vez com o avanço galopante dos preços, ainda sob o fantasma da hiperinflação, o que envolveu a consolidação do Plano Real. Mas, depois disso, a inflação passou longe dos debates eleitorais, ressalta Kawall.

Caso as projeções se mostrem corretas, a reeleição de Dilma será mais "trabalhosa", avalia o cientista político e professor da PUC-Rio, Ricardo Ismael. "Dilma tentou fazer mudanças que não deram certo, e agora a política fiscal gera desconfiança. Ela ficará pressionada. A economia talvez seja o 'calcanhar de Aquiles' da eleição."

Com leituras negativas sobre a situação fiscal do governo e das contas externas, o que não pode escapar das rédeas da equipe econômica de Dilma, segundo Ismael, é a inflação e o desemprego. Isso porque a população, ainda que não entenda com profundidade os fundamentos da economia, sente seus efeitos. "Na medida em que a inflação beira 6%, não é mais um debate de especialistas. O discurso dela vai ficar mais difícil."

Não por acaso, essas têm sido as frentes que concentram os esforços da presidente e da equipe econômica. Com algum sucesso, Dilma mantém o mercado de trabalho aquecido e o desemprego nos menores patamares da história do País, apesar do baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em relação à inflação, contudo, nem o represamento dos preços administrados foi suficiente para impedir a aceleração em 2013. A desvalorização do câmbio e o aumento do crédito, de acordo com Kawall, ajudaram a impulsionar os produtos comercializáveis. Com isso, os preços livres subiram 7,3% em 2013, a maior alta em dez anos.

Histórico. Apesar disso, no governo Dilma a inflação média é inferior à dos últimos governos. A taxa acumulou 19,38% em três anos, até 2013. Nos três primeiros anos do governo de FHC, foi de 41,12%. Na vez de Lula, foram 24,29% de 2003 a 2005.

Porém, embora mantenha uma taxa média inferior, Dilma conta com expectativas bem mais desfavoráveis. Em 1998, quando FHC venceu, a inflação desacelerou a 1,65%, comprimida por uma atividade econômica fraca e uma conjuntura internacional desfavorável. Mas havia a bandeira da estabilização, que o ajudou a vencer ainda no primeiro turno. Com Lula, a inflação oficial também reduziu o passo até fechar em 3,14% em 2006, ano da reeleição.

O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e sócio-diretor da Schwartsman & Associados, concorda que a inflação de hoje é produto das escolhas do governo Dilma. Ele afirma que a situação da presidente era mais confortável do que quando FHC e Lula iniciaram seus mandatos.

"Embora a inflação de 2010 não tenha sido baixa, teria bastado um pouco mais de austeridade em 2011 para pôr as coisas nos eixos. Mas a condução desastrada da política econômica pôs mais lenha na fogueira."

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,inflacao-em-alta-e-desafio-de-dilma-em-ano-eleitoral-,1120544,0.htm