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terça-feira, 24 de setembro de 2013

» Dona da Vivo faz acordo para aumentar participação na Telecom Italia, da TIM

Telefónica pagou € 324 milhões para aumentar sua fatia na Telco, holding que controla a Telecom Italia; no futuro, operação poderá influenciar atuação da TIM no Brasil

O Estado de S. Paulo

Texto atualizado às 12h40

MADRI - A espanhola Telefónica, dona da Vivo no Brasil, chegou a um acordo para aumentar sua participação na Telecom Italia, proprietária da TIM no País.

A complexa operação envolve, primeiramente, o aumento da participação da Telefónica na Telco, holding que controla, com 22,4% das ações com direito a voto, a dona da TIM.

Na primeira fase do acordo, a Telefónica pagou € 324 milhões para a Telco e, assim, aumentou sua participação na holding de 46% para 66%. No entanto, segundo explica a Telefónica, isso não altera a governança corporativa da Telco, pois as novas ações adquiridas não têm direito a voto.

O montante de € 324 milhões será usado pela Telco para quitar dívidas. Os demais investidores na Telco são os bancos italianos Mediobanca e Intesa Sanpaolo e a seguradora Generali.

A estrutura do acordo dá mais tempo para a Telecom Italia estudar uma possível venda da TIM Participações no Brasil e prosseguir com o plano de separação de sua rede fixa, ativo visto como estratégico por políticos italianos.

No Brasil. O aumento da participação da Telefónica na Telecom Itália, dona da TIM no Brasil, implicará uma complexa análise antitruste e dos órgãos de regulação do setor de telecomunicações no País. 

Isso porque, a segunda fase do acordo - que prevê o aumento para 70% da participação da Telefônica no capital da Telco, inclusive com possibilidade da conversão para ações com direito a voto - depende da aprovação dos órgãos reguladores brasileiros. Isso poderá ocorrer em janeiro de 2014.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda não foi notificado sobre a operação de aumento da participação da Telefónica na Telco, segundo a assessoria de imprensa do órgão antitruste brasileiro. Procurada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que ainda não tem como se manifestar sobre o tema.

O complexo acordo pode representar um desafio à manutenção da qualidade dos serviços prestados no País, afirmou uma fonte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à Reuters ontem. Pelas regras do setor de telecomunicações no Brasil, não pode haver sobreposições de outorga: ou seja, um mesmo grupo não pode ter duas empresas que atuam no Serviço Móvel Pessoal (telefonia móvel) em uma mesma região.

Neste caso, se a Telefónica chegar a assumir o controle da Telecom Italia na Europa, será indiretamente a sócia majoritária da TIM no Brasil, onde já é dona da Vivo. Por isso, teria de se desfazer da outorga e das faixas de frequência de uma das duas operadoras, potencialmente unificando as bases de clientes de ambas as empresas em um único espectro. Essa unificação, porém, segundo a fonte da Anatel, levaria a problemas na qualidade do serviço, já que a base de clientes que hoje usa faixas de duas operadoras seria "afunilada" nas frequências de apenas uma companhia.

Segundo dados de julho da Anatel, a Vivo é a líder do mercado brasileiro de telefonia móvel e a TIM aparece em segundo lugar. Somadas, as empresas teriam mais de 55% de market share./ COM REUTERS

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios-servicos,dona-da-vivo-faz-acordo-para-aumentar-participacao-na-telecom-italia-da-tim,165462,0.htm

» Concessões de ferrovias podem ficar para 2015

Governo pretende editar uma MP ou projeto de lei para dar base jurídica ao modelo, mas pode esbarrar nos prazos e no ano eleitoral

Lu Aiko Otta, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Ajustes importantes em pleno andamento poderão empurrar as concessões ferroviárias para o próximo ano ou, nas contas dos mais pessimistas, para 2015.

O governo anunciou nesta segunda-feira, 23, que fará uma medida provisória (MP) ou projeto de lei para dar uma base jurídica aos negócios. Embora o ministro dos Transportes, César Borges, ainda insista em um leilão este ano, será difícil convencer as empresas, já muito reticentes, a comprar uma concessão de 30 anos suportada por uma legislação que, na melhor das hipóteses, estará muito recente.

Pelo calendário original anunciado há um ano e um mês, já era para os 10 mil km de ferrovias estarem leiloados e os investimentos previstos de R$ 91 bilhões, em via de começar. No entanto, a avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) indicou que é preciso editar uma lei para dizer claramente como a concessão funcionará.

A intenção do governo é criar um suporte legal para as concessões tal como foram anunciadas em 2012. Por ela, o concessionário construirá e operará a linha férrea. A estatal Valec vai comprar 100% da capacidade de carga da linha e a revenderá.

A nova lei vai, por exemplo, incluir essa atividade de compra e venda entre as atribuições da Valec. A estatal mudará de nome, vai chamar-se Empresa Brasileira de Ferrovias (EBF). Vai, também, estabelecer claramente como vai remunerar os concessionários. Para tanto, já foi decidido um aporte de R$ 15 bilhões do Tesouro Nacional.

Riscos. Esses ajustes, em tese, até responderão a dúvidas do mercado, que vem rejeitando as concessões ferroviárias pela insegurança quanto à solidez da Valec no processo. É o que vem sendo chamado de "risco Valec". A questão é como compatibilizar isso com o calendário apertado. "Nossa expectativa é de que consigamos leiloar pelo menos um trecho ferroviário ainda este ano", disse o ministro. "Vamos fazer o máximo possível em 2013, mas precisamos de solidez no processo."

Para encurtar o caminho, o governo tende a editar uma MP, que pode perder a validade caso não seja aprovada pelo Congresso. Questionado sobre se o primeiro leilão poderia ser feito com base na MP, Borges indicou que são coisas distintas. "A MP é para o modelo, não para o leilão", disse. "O leilão está institucionalizado."

Mudanças. Nos escalões técnicos, porém, a percepção é diferente. Avalia-se que, nas discussões com o TCU e com o Congresso, a lei poderá impor alterações no modelo. Isso significa o risco de rever os estudos técnicos e a formatação do leilão.

Se as estimativas do presidente do TCU, Augusto Nardes, estiverem certas, a proposta do governo para a nova legislação ficará pronta em cerca de 60 dias. Ou seja, no fim de novembro, às vésperas do recesso parlamentar. Para os menos otimistas, as possibilidades de avançar com editais e leilões num ano eleitoral são reduzidas, daí algumas apostas de que o programa pode ser algo para um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff, tal como o Trem de Alta Velocidade (TAV), entre Rio, São Paulo e Campinas.

O adiamento das ferrovias pouco será lamentado pelo setor privado. "Pode até ser positivo para o País", comentou um executivo. Mesmo no governo, o tema é tratado com pouca prioridade. Os esforços estão agora concentrados em manter vivas as concessões rodoviárias, os aeroportos e o poço de Libra, no pré-sal. /COLABORARAM EDUARDO RODRIGUES E ANNE WARTH

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,concessoes-de-ferrovias-podem-ficar-para-2015,165439,0.htm

» Dólar à vista no balcão segue exterior e opera em alta

Clima de maior desconfiança e cautela nos mercados fortalece o dólar ante as principais divisas nesta terça-feira

Agência Estado

SÃO PAULO - O dólar à vista abriu em alta ante o real nesta terça-feira, 24 seguindo o movimento observado no exterior. O clima de maior desconfiança e cautela nos mercados fortalece o dólar ante as principais divisas nesta terça-feira.

Por volta de 11h07, o dólar à vista no balcão estava em alta de 0,36%, a R$ 2,2080. Na máxima do dia, chegou a R$ 2,2120 e, na mínima, a R$ 2,2040.

Pesam no humor dos investidores, dúvidas sobre a redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos, especialmente após a surpresa com a decisão do Fed de mantê-los, além de preocupações com a situação fiscal do país. "Mas realmente não há nada de diferente que justifique essa procura maior pelo dólar hoje", comentou há pouco um operador de banco em São Paulo.

Leilão diário

O Banco Central (BC) vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial com vencimento em 3 de fevereiro de 2014, que colocou à disposição do mercado. O swap cambial é uma operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro e na operação de hoje somou US$ 497,5 milhões.

Esta operação faz parte do programa de leilões diários no mercado cambial anunciado no dia 22 de agosto e que conta com operações de swap de segunda a quinta-feira, no valor de US$ 500 milhões cada, além de leilão de linha às sextas, de US$ 1 bilhão. Por semana, são oferecidos US$ 3 bilhões ao mercado e, até o final do ano, o BC espera ofertar cerca de US$ 100 bilhões por meio desses leilões.

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://economia.estadao.com.br/noticias/ae-mercados-geral,dolar-a-vista-no-balcao-segue-exterior-e-opera-em-alta-,165470,0.htm

» Espanha ainda não saiu da crise, diz Rajoy

Primeiro-ministro prevê expansão anual de 0,1% a 0,2% do PIB no terceiro trimestre e diz que país saiu da recessão, mas ainda enfrenta o desemprego

Dow Jones Newswires - O Estado de S.Paulo

MADRI - O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse ontem que o país emergiu de dois anos de recessão, mas enfrenta um longo período de austeridade e dolorosos ajustes antes de recuperar seu ritmo e recolocar a maior parte de seus 6 milhões de desempregados no mercado de trabalho. "A Espanha saiu da recessão, mas não da crise", disse Rajoy em entrevista ao 'The Wall Street Journal'.

Segundo o premiê espanhol, o PIB do país deverá mostrar expansão modesta de 0,1% a 0,2% no terceiro trimestre deste ano em bases anualizadas, fornecendo a primeira confirmação oficial de retomada do crescimento na Espanha. Em bases trimestrais ante o segundo trimestre, essa taxa representa expansão de 0,4% a 0,8% do PIB.

Em 2014, segundo ele, a economia espanhola crescerá ao ritmo modesto de 0,5% a 1%, e será capaz de começar a criar empregos em bases sustentáveis. "Eu não ouso especular", acrescentou, sobre quanto tempo vai levar para o país reduzir a taxa de desemprego atual, de 26,3%. "A missão agora é alcançar uma recuperação vigorosa que nos permita criar empregos."

Rajoy disse que sua receita para a economia está funcionando e "as coisas estão num bom caminho". Os custos do trabalho diminuíram, as exportações estão em alta e o déficit em conta corrente, que já foi de 10% do PIB enquanto o país viveu um boom imobiliário, tornou-se um superávit. Ele reconheceu, no entanto, que uma recuperação real não ocorrerá até que os espanhóis comecem a gastar mais, que os preços de moradias cheguem ao fundo do poço e a dívida externa se estabilize.

O sistema bancário espanhol, disse o premiê, "está mais transparente, mais solvente e mais bem capitalizado" desde que recebeu 41,3 bilhões da União Europeia no verão do ano passado. Agora, Rajoy espera para novembro uma avaliação da UE e outros credores, mas frisou: "Se você me perguntasse hoje, eu diria que a Espanha não precisará prorrogar o programa de resgate até 2014."

PMI. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto - que abrange tanto o setor de serviços quanto a indústria - da zona do euro atingiu em setembro o nível mais alto em 27 meses, sinalizando a expansão mais forte na atividade desde junho de 2011, segundo dados preliminares da Markit. A leitura do PMI composto de setembro ficou em 52,1, de 51,5 em agosto. A previsão de analistas consultados pela Dow Jones era de 51,9.

O PMI de serviços da zona do euro avançou para 52,1 em setembro, de 50,7 em agosto, e também chegou ao nível mais alto em 27 meses. A previsão era de 51,1. Já o PMI industrial caiu para 51,1 em setembro, de 51,4 em agosto, no nível mais baixo em dois meses. A previsão era de 51,8. 

Fonte: Estadão.com.br

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

» Reajuste da gasolina sai até 21 de outubro

Data é estratégica para o governo federal porque é quando ocorre o 1º leilão do pré-sal

João Villaverde


BRASÍLIA - O governo federal deve conceder um novo reajuste no preço da gasolina até o dia 21 de outubro. A data é estratégica para o Palácio do Planalto porque o primeiro leilão do campo de petróleo e gás natural oriundo da camada de pré-sal em Libra (SP) será realizado pelo governo neste dia. Segundo o Estado apurou, o desejo de parte relevante da equipe econômica é de que o preço da gasolina seja elevado em cerca de 8% nas refinarias até a realização do leilão.

Como o leilão será feito sob o regime de partilha, a Petrobrás será a operadora com 30% de participação mínima em todos os blocos que forem adquiridos por companhias privadas.

Diante das dificuldades de caixa e do ambicioso programa de investimentos que a empresa precisa tocar nos próximos anos, o reajuste da gasolina seria um "sinal importante" ao mercado. O argumento tem sensibilizado o Planalto, mas ainda não há definição quanto ao momento exato do reajuste.

Com o aumento do preço, a situação financeira da Petrobrás deve melhorar imediatamente, uma vez que ela poderá repassar para o mercado interno o combustível adquirido do exterior a um preço maior do que vem fazendo desde janeiro. O preço da gasolina é fixo e controlado pelo governo federal.

O reajuste já foi solicitado formalmente pela Petrobrás ao governo e serviria para reduzir a diferença entre o custo do combustível comprado pela estatal no exterior e aquele vendido nos postos de gasolina no Brasil.

Custo. O forte aumento do consumo nos últimos três anos tem infligido à estatal um pesado custo financeiro nas operações de comércio exterior, que tem causado impacto inclusive na balança comercial brasileira.

O recente salto na cotação do dólar agravou essa situação - a Petrobrás precisa gastar mais reais para adquirir a mesma quantidade de combustível, cotado em dólar. A estatal perde cerca de R$ 1 bilhão por mês com a operação. A participação da empresa no leilão em Libra deve exigir cerca de R$ 4,1 bilhões (ou US$ 2 bilhões), estimou o departamento econômico do HSBC em relatório recente.

O martelo está batido, em Brasília, em relação à necessidade de um aumento da gasolina. Mas segmentos do governo ainda defendem que o reajuste seja postergado ao menos até o fim do ano, ou mesmo que seja concedido apenas em janeiro de 2014. O principal argumento neste caso é a inflação. A equipe econômica avalia ainda ser possível reduzir o IPCA deste ano a um patamar inferior ao avanço de 5,84% registrado em 2012.

Um reajuste da gasolina da ordem de 8% nas refinarias (e de pouco menos disso nas bombas de combustíveis) representa, nas contas do governo, um aumento de 0,2 ponto porcentual no IPCA. Entre os que defendem o reajuste até a licitação do campo de Libra, a visão é de que a inflação deste ano "já está dada". Assim, uma alta de 6,1% ou um pouco mais no IPCA deste ano não seria problemática, uma vez que evitaria o reajuste de preços ao consumidor no ano eleitoral de 2014.

Os técnicos do governo convergem para o fato de que o encarecimento da gasolina também servirá como estímulo indireto ao setor sucroalcooleiro. Mais barato nas bombas, o etanol pode compensar o aumento de preços aos consumidores.

Além disso, a composição da gasolina no Brasil tem 25% de etanol na mistura, o que diminui o repasse da alta de preços nas refinarias para as bombas nos postos de combustíveis.

» Empresas substituem empregado experiente por jovem para cortar custos

Cenário de incertezas provoca mudança nas contratações e já começa a aparecer no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostra crescimento do emprego com carteira assinada apenas para profissionais de até 24 anos

ALEXA SALOMÃO , LUIZ GUILHERME GERBELLI - O Estado de S.Paulo


As empresas estão mudando o perfil de contratação. Na busca pela redução de custos, os trabalhadores mais velhos estão sendo trocados por jovens com boa formação, mas com salários mais baixos.

A mudança começa a aparecer no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Além da menor criação de vagas formais ao longo deste ano, dados compilados pelo Estado mostram que o emprego com carteira assinada tem crescido somente para profissionais de até 24 anos.

Essa movimentação no mercado de trabalho está ligada à deterioração da conjuntura econômica e do ambiente dos negócios, diz Betania Tanure, professora da PUC-MG e fundadora da consultoria BTA, especializada em gestão empresarial. "Neste momento, a maioria das empresas vislumbra um cenário de incerteza que pouco se viu no Brasil nos últimos anos. Nem o ambiente de 2008 e 2009, após a crise, gerou o grau de incerteza no meio empresarial que hoje se vê pois, naquele momento, do ponto de vista macro, o País tinha instrumentos para lidar com a crise que hoje se mostram insuficientes."

O que azedou o humor das empresas foi a queda de resultados. A consultoria de Betania realiza pesquisas regulares com as 500 maiores empresas em operação no Brasil. Uma delas identificou que boa parte dos ganhos previstos não vão se concretizar. No levantamento de abril, 15% das empresas declararam que não conseguiriam cumprir as metas neste ano. Na atualização do levantamento, em agosto, o porcentual subiu para 48%. Ou seja, quase metade das maiores empresas do País identificou uma deterioração dos resultados, sem possibilidade de recuperação no ano.

Pesa também o cenário de longo prazo. A pesquisa identificou que a expectativa para os próximos cinco anos, a partir de 2013, não é animadora. Para 63% das empresas, o cenário é "mediano". Trata-se de uma virada para pior. No ano passado, quando traçaram o cenário para cinco anos, a maioria das empresas (53%) vislumbrava um período "excepcional". Hoje, apenas 35% tem esse nível de otimismo.

Salários. O menor salário pago aos admitidos em relação aos desligados também deixa evidente a troca pelo mais barato. Em julho, essa diferença chegou a 7,3% e vem crescendo desde abril. "Como o número de admitidos continua forte, isso sugere que as empresas possam estar trocando os mais caros pelos mais baratos", afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria.

» Bolsas da Ásia fecham em alta com desistência de Summers ao Fed

Lawrence Summers era visto por muitos como a primeira escolha do presidente Barack Obama para suceder Ben Bernanke

TÓQUIO - As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira depois que Lawrence Summers retirou seu nome da disputa para suceder Ben Bernanke no cargo de presidente do Federal Reserve, atenuando as preocupações dos investidores sobre uma rápida redução do estímulo econômico na maior economia do mundo.

Os mercados financeiros de Tóquio ficaram fechados nesta segunda-feira por causa de um feriado.

Summers era visto por muitos como a primeira escolha do presidente dos EUA, Barack Obama, para suceder Ben Bernanke. Muitos investidores o consideravam também como o candidato mais disposto a reduzir os movimentos agressivos do banco central para estimular a economia. Outro potencial candidato para o cargo é a vice-presidente do Fed, Janet Yellen.

Segundo o analista-chefe de mercado da CMC Markets, Ric Spooner, os mercados deverão ficar mais confiantes a partir da ideia de que Yellen deve ser mais cautelosa em retirar os estímulos, caso venha a ser a presidente do Fed.

Após a divulgação da notícia sobre Summers, as ações na região fecharam em alta. O índice Hang Seng, de Hong Kong, ganhou 1,5%, aos 23.252,41 pontos, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,5%, para 5.248,00 pontos, em Sydney e o índice sul-coreano Kospi teve um avanço de 1% e encerrou o pregão aos 2.013,37 pontos. O índice PSEi, das Filipinas, teve uma alta de 2,8%, aos 6.302,71 pontos.

Na China, por outro lado, o índice Xangai Composto fechou em queda de 0,2%, aos 2.231,40 pontos, com realização de lucros. O índice Shenzhen Composto subiu 0,4%, para 1.045,24 pontos.

O principal evento para os mercados globais nesta semana será reunião de política monetária do Federal Reserve, em que alguns investidores acreditam que o banco central vai começar a reverter o seu programa de compra de títulos. Mercados asiáticos, especialmente no Sudeste da Ásia, têm-se mostrado particularmente vulnerável a possível redução dos estímulos. Fonte: Dow Jones Newswires.

» Leilão da BR-262 fracassa e Mantega joga a culpa em questões 'políticas'

Fracasso traz desconfiança para o programa federal de concessões, a grande aposta para deslanchar o crescimento da economia; a BR-050, no entanto, recebeu oito propostas

LU AIKO OTTA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Começou mal o programa de concessões em infraestrutura, a grande aposta do governo para deslanchar o crescimento da economia. Nenhuma empresa se interessou pela concessão do trecho da BR-262 que passa pelo Espírito Santo e por Minas Gerais, que era avaliada como uma das mais atraentes de todo o conjunto que será leiloado.

Por outro lado, a BR-050, entre Minas Gerais e Goiás, recebeu oito propostas, confirmando as expectativas do governo de uma competição acirrada. O resultado da disputa será conhecido na quarta-feira.

Assim, o sinal positivo que o governo pretendia dar aos agentes econômicos com uma estreia forte dos leilões ficou comprometido. Todo o esforço das últimas semanas foi para garantir um número grande de participantes, o que só se concretizou pela metade.

Política. Podem ter sido políticas as razões para a ausência de interessados na BR-262, disse ontem ao Estado o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Não faz sentido, a rentabilidade é semelhante entre as rodovias", comentou. "Então, acredito que haja outro problema, talvez de ordem política, não sei bem, temos de apurar."

O trecho da BR-262 colocado em leilão passa pelo Espírito Santo, governado pelo PSB, e por Minas Gerais, governado pelo PSDB, partidos que deverão concorrer contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Parlamentares capixabas haviam se posicionado claramente contra a cobrança de pedágios elevados no Estado.

A tarifa máxima para a BR-262 é de R$ 11,26 para cada 100 km, enquanto na BR-050 é de R$ 7,87. No Espírito Santo, haverá duas praças de pedágio, cujas tarifas máximas estão calculadas em R$ 9 e R$ 9,70.

Mantega avalia que o início ruim não compromete o programa de concessões. "Vamos ter no dia 18 a inscrição para o leilão de Libra, que esperamos que seja bem-sucedido", disse. "Vamos tocando."

Ele acrescentou que a BR-262 poderá ser oferecida novamente mais adiante. Mantega afirmou ter ouvido de oito a dez concessionárias que o trecho é interessante.

Sem problemas. O governo diz que não há problemas com o modelo de concessões, já que a concorrência pela BR-050 foi acirrada.

"Temos um motivo de alegria e outro a lamentar", comentou o ministro dos Transportes, César Borges. Ele não escondeu a surpresa com o resultado. "Todos os comentários eram de que os dois trechos seriam atrativos." Segundo o ministro, não foram apresentadas queixas ou críticas em relação à 262.

Ele afirmou que o cronograma de leilões continuará normalmente. "Vamos avaliando os lotes um a um. A falta de concorrentes em uma só rodovia não irá alterar o nosso cronograma", garantiu, lembrando que, a princípio, o leilão do trecho baiano da BR-101 está mantido para o dia 23 de outubro.

Especulações. O resultado inesperado provocou uma série de especulações. Uma dessas explicações seria o fato de que a BR-262 não era um negócio tão bom. Mesmo sendo um trecho curto (375 km), com praticamente metade (180 km) sendo duplicada com recursos públicos, foi apontada como cara. "A BR-262 não tem viabilidade econômica", disse o gerente de Novos Negócios da Fidens Engenharia, Nilton Chaves.

Dentro do governo, em um primeiro momento, chegaram a ser levantadas suspeitas de conluio entre as empresas. Não havia, porém, nenhuma indicação sobre qual seria o objetivo de uma eventual combinação./ COLABORARAM EDUARDO RODRIGUES E WLADIMIR D'ANDRADE.

» Prévia do PIB aponta queda de 0,33% da economia em julho

Resultado do IBC-Br mostra uma virada de tendência, pois em junho o indicador havia registrado alta de 1,03%; baixa é a terceira do ano, segundo o Banco Central

Célia Froufe, da Agência Estado

BRASÍLIA - O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 0,33% em julho ante junho, após registrar alta de 1,03% em junho ante maio (dado revisado), na série com ajuste sazonal. É a terceira queda no ano. De acordo com dados divulgados pelo BC, o número passou de 146,29 pontos em junho para 145,81 pontos em julho, na série dessazonalizada.

Analistas ouvidos pelo AE Projeções esperam uma queda maior no mês. O resultado ficou maior do que a mediana das estimativas deles, de -0,60%. O intervalo das estimativas ia de -0,20% a -1,00%.

Na comparação entres os meses de julho de 2013 e de 2012, houve expansão de 3,38%. Com os dados observados, o IBC-Br de julho terminou em 149,77 pontos. O indicador em base anual ficou acima da mediana de 2,70% - as previsões dos analistas do mercado financeiro iam de 2,10% a 3,30%.

Nos 12 meses encerrados em julho de 2013, o crescimento está em 2,11%. No acumulado do ano até o mesmo mês, houve alta de 2,97%.

O IBC-Br registrou estabilidade (0,007%) na média do período de maio a julho na comparação com os três meses anteriores (fevereiro a abril), na série com ajuste sazonal. O índice passou de uma média mensal de 145,54 pontos para 145,63 pontos nessa base de comparação.

Revisão

O Banco Central revisou alguns dados do índice de atividade econômica calculado pela instituição, o IBC-Br, na série com ajuste. Para junho de 2013, por exemplo, a taxa passou de 1,13% para 1,03%. Para maio de 2013, o dado foi revisado de -1,50% para -1,48%. Para abril deste ano, passou de 0,93% para 0,94%.

Para os primeiros meses de 2013 também houve mudanças. Para março, a taxa passou de 1,10% para 1,08%. Para fevereiro, foi revista de -0,38% para -0,39% e, para janeiro, de 1,15% para 1,13%.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

» Alta do dólar deixa brasileiro 'mais pobre'

Medido em dólares, PIB per capita deve chegar ao final deste ano 5% menor

Alexa Salomão - O Estado de S.Paulo

A alta do dólar em relação ao real nos últimos meses tornou o brasileiro 'mais pobre'. Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado na sexta-feira, ter ficado acima das expectativas, com alta de 1,5% sobre o trimestre anterior, o fato é que, em dólar, o brasileiro já perde poder de compra.

O PIB per capita, que mostra a divisão da criação de riqueza do país pelo número de habitantes, vem encolhendo. Depois de atingir o pico de US$ 12.690 em 2011, caiu para US$ 11.460 no ano passado. O repique do PIB no segundo trimestre fez esse ganho voltar para a casa de US$ 12 mil; mas, para o encerramento deste ano, a perspectiva de baixa permanece.

Segundo cálculo da analista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada, ao final de 2013, a cota de riqueza de cada brasileiro será de US$ 10.920, quase 5% abaixo do valor ao final do ano passado - considerando-se um crescimento de 2,1% do PIB e uma taxa de câmbio de R$ 2,40. Será a primeira vez, desde 2009, que o resultado ficará abaixo de US$ 11 mil. Naquele ano, o PIB per capita foi de US$ 8.470.

A queda na riqueza individual não é um mero efeito contábil. Na vida real, a cotação do dólar baliza - direta e indiretamente - o preço de uma série de produtos. Os importados exprimem a variação de maneira instantânea. Se há alta, como agora, o preço sobe na hora.

Um iPad básico, na loja em Nova York, custa US$ 499 desde o lançamento pela Apple, em 2010. O turista brasileiro pagou o equivalente a R$ 989 por ele em abril deste ano, quando o dólar estava abaixo de R$ 2,00. Mas vai desembolsar R$ 1.189 se quiser levá-lo hoje.

Insumos. Mas não é preciso sair do País para ver o efeito do câmbio nos preços. Insumos e componentes importados estão embutidos numa incontável lista de produtos produzidos dentro das fronteiras.

O Brasil importa mais da metade do trigo que consome - e trigo vira farinha, a essência do pãozinho. Apesar de as cervejas nacionais terem na composição misturas a base de milho e arroz produzidos no mercado interno, por volta de 40% dos ingredientes de uma loira gelada são importados.

No celular, o aparelho que está na mão de praticamente todos os brasileiros, 70% dos componentes são comprados com moeda estrangeira.

De 2007 para cá, o chamado índice de penetração de importados, que mede a participação de insumos e componentes estrangeiros nas linhas de produção brasileiras, só fez aumentar. Nos produtos feitos a base de petróleo, passou de 11% para 21%. Nos têxteis, de 12% para 22%. Na metalurgia, foi de 13% para 20%.

"O câmbio pega de forma generalizada", comenta o economista Juarez Rizzieri, professor da Universidade de São Paulo. "Assim, não apenas o consumidor fica mais pobre em dólar, mas também o empresário, que paga mais para importar e para investir."

Alimentos. Um simples passeio por uma padaria pode dar a dimensão de como a valorização do dólar tornou-se parte do dia a dia do brasileiro. A Galeria dos Pães, no bairro de Higienópolis, na capital paulista, é um bom exemplo. O estabelecimento é praticamente uma fábrica de guloseimas. Instalado num prédio de 600 metros quadrados, nunca fecha e, para oferecer mais de 200 tipos de pães, bolos e doces aos 5 mil clientes que recebe diariamente, compra quase duas toneladas de farinha por mês.

De acordo com Milton Guedes de Oliveira, sócio-fundador da Galeria dos Pães, os aumentos dolarizados estão vindo de todos os lados. Suas castanhas, frutas cristalizadas, vinhos, salames e queijos mais finos, como brie, são importados e acompanham a variação do câmbio. Curiosamente, o preço do cacau, do açúcar, da castanha de caju e do óleo de soja - 100% brasileiros - também seguem o câmbio, porque são produtos típicos de exportação e têm seus preços formados no exterior.

Nos últimos meses, três dos sete ingredientes básicos utilizados na fabricação do pão francês tiveram alta: a farinha (18%), o açúcar (15% no acumulado, mas chegou a ter alta de 40%) e o fermento (10%). Oliveira nem repassou os aumentos e já sente a retração dos clientes. "Estamos voltando no tempo", diz ele. "Os fornecedores temem fazer encomendas porque não sabem quanto vão pagar pelo pedido e há quem faça o reajuste sem nenhum planejamento."

Fonte: Estadão.com.br
Link: http://www.geops.com.br/pv_art010.html

» CVM quer estabelecer novas regras para classificação de fundos de investimento


Comissão de Valores Mobiliários se junta à Abima para atualizar regulação de fundos e fornecer mais informação com custos reduzidos

ALINE BRONZATI, CYNTHIA DECLOEDT, ENVIADAS ESPECIAIS, CAMPOS DO JORDÃO (SP) - O Estado de S.Paulo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está iniciando conversas com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) para atualizar a instrução 409, que trata sobre a regulação e a divulgação de fundos de investimento, segundo a diretora da autarquia, Ana Novaes.

Os próximos passos, conforme ela, incluem reescrever a norma, colocá-la em audiência pública e editá-la. Este é um desafio "grande" que Ana Novaes tem antes de terminar seu mandato no órgão regulador, em dezembro de 2014.

"Trabalhamos com um prazo ideal. Mas não sei se é factível, dada a complexidade do assunto. Essa certamente vai ser uma instrução que vai ter muitas sugestões do mercado", afirmou ela em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

A diretora da CVM lembrou que a instrução 409 já tem dez anos e, por isso, a autarquia está ouvindo o mercado, gestores e players do setor de fundos para identificar pontos considerados falhos na regra atual.

O objetivo é, segundo ela, identificar pontos a serem melhorados na instrução 409 para baixar o custo e modernizar a indústria de fundos, além de dar mais transparência.

"Estamos iniciando diálogo com a Anbima para ver se eles concordam com a nossa percepção pois, afinal, o pessoal conversa com a gente e já tínhamos um grupo de vontades do mercado de pontos a serem abordados na 409", explicou ela.

As questões podem ser, segundo Ana, apenas coisas pequenas e burocráticas. No entanto, segundo ela, não existe nada que já tenha sido aprovado com a Anbima ou que tenha sido acordado com o colegiado do órgão regulador.

Categorias. Dentre os pontos possíveis a serem considerados na atualização estão a classificação de fundos. "Será que temos de ficar, num mundo que mudou nos últimos dez anos, com fundo de curto prazo, referenciado e renda fixa em classes diferentes?", questionou ela.

A classificação dos fundos é importante pois, de acordo com Ana, está relacionada à percepção do investidor. Paralela à iniciativa da CVM, a Anbima tem um projeto de reclassificação e redução das categorias de fundos existentes no intuito de simplificar as regras para os investidores.

A diretora da CVM também comentou sobre a possibilidade de ter uma classe de investimento no exterior não apenas para investidores superqualificados - com mais de R$ 1 milhão em investimentos. Em relação ao investidor qualificado, com R$ 300 mil de investimentos, ela questionou se a definição para este público ainda é adequada, uma vez que já se passaram dez anos da regra.

"Estamos saindo de uma indústria que era predominantemente de títulos públicos, que ainda são muito importantes, para uma nova realidade, de queda das taxas de juros, de papéis com menos liquidez. Será que todos os fundos deveriam ter cota diária ou a gente já deveria sinalizar para o investidor que aquele fundo tem uma liquidez mais restrita?", atentou.

Sobre redução de custos, Ana disse que é preciso avaliar a necessidade de ainda manter toda a documentação da indústria de fundos em papel e a possibilidade de permitir uma comunicação mais eletrônica ou por meio do site dos bancos. Outra questão que a CVM vai tentar tratar no âmbito da atualização da 409, segundo ela, é dar mais transparência à indústria de fundos, como, por exemplo, as taxas de performance.

O tamanho dos prospectos dos fundos, geralmente longos e complexos, também está em estudo pela CVM, segundo a diretora, que avalia a possibilidade de reduzir custos e ao mesmo tempo dar uma informação mais relevante e cuidadosa para os investidores. "Podemos, ao invés de ter uma seção de risco pasteurizada, ter uma seção de risco um pouco mais concreta e mais inteligível", ressaltou ela.

Segundo Ana, esse já é um esforço da Anbima, mas que a CVM quer "alimentar". A diretora da CVM participou do 6.º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais da BM&FBovespa.

Fonte: Estadão.com.br
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» Ministro admite que pedágios estão 'um pouco elevados'


Segundo César Borges, no entanto, a expectativa do governo é que os preços caiam até 40% no leilão

LU AIKO OTTA / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

As tarifas de pedágio das rodovias que o governo começará a leiloar no próximo dia 18 estão "um pouco elevadas", disse ao Estado o ministro dos Transportes, César Borges. Serão de R$ 9,00 a R$ 11,00 a cada 100 km, segundo informou.

"Mas essas são as tarifas máximas, que esperamos que caiam", disse. "Houve leilões nos quais a redução foi de 20%, 30%, 40%." Ele reconheceu que, às vésperas do leilão, a discussão sobre os preços ao usuário vai mesmo esquentar. "Muita gente vai opinar, mas não vejo críticas específicas ao modelo." Em sua edição de ontem, o Estado informou que o governo vai duplicar 682,6 km de rodovias com recursos públicos, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e depois entregá-los aos concessionários.

Isso será feito para reduzir investimentos e, assim, baixar tarifas. Ainda assim, os preços fixados em edital são alvo de crítica de entidades que representam transportadores de carga.

"As tarifas não são só para cobrir os investimentos em duplicação", explicou o ministro. "Existem os custos operacionais, que são substantivos." O governo vai exigir que o concessionário ofereça serviços como ambulâncias e guinchos com atendimento rápido, além de monitoramento das vias com câmera e itens de segurança. Há também parâmetros rigorosos para a manutenção e conservação das estradas.

Borges frisou que as duplicações realizadas com recursos do PAC não são um subsídio ao concessionário. "É um subsídio ao usuário, porque do contrário a tarifa seria ainda mais alta."

Mesmo as rodovias totalmente duplicadas com recursos públicos podem ser objeto de concessão, observou o ministro. É o caso, por exemplo, da Dutra. Nela, o concessionário oferece serviços ao usuário que o governo não teria condições de prestar. "O Dnit não poderia ter uma frota de ambulâncias e guinchos, isso não faria sentido." Além disso, comentou, a cobrança de pedágio foi a maneira encontrada para financiar o grande volume de investimentos necessários ao fortalecimento da logística do País.

"Ninguém cobra pedágio porque quer", disse. "Pior é não ter as rodovias, porque aí há perda de vidas humanas, os riscos à segurança por falta de duplicação." Na avaliação dele, a melhora na qualidade das rodovias reduz os custos de transportes e dos seguros, de forma que os pedágios "mais do que compensam" o custo provocado por estradas ruins.

Ameaça. Há estradas federais concedidas em que as tarifas são mais baixas, na faixa de R$ 2,00. "Mas os investimentos não aconteceram", observou Borges. Ele chegou a ameaçar cassar essas concessões pelo descumprimento do contrato. No entanto, na semana passada foi fechado um acerto sobre o cronograma de obras que, em tese, vai resolver o problema.

Segundo Borges, a pressão fez com que as concessionárias elevassem os investimentos, com exceção de uma: a Via Bahia, justamente no Estado que o ministro já governou. "Só tenho a lamentar, porque sou usuário", disse. "O que posso dizer é que estou apertando (a concessionária) como posso."

Fonte: Estadão.com.br
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» Em São Paulo, BMG tenta se 'reinventar'


Banco muda hoje sede de BH para prédio de luxo na Faria Lima como parte da estratégia de melhorar a imagem arranhada pelo mensalão

DAVID FRIEDLANDER - O Estado de S.Paulo

Machucado pelo envolvimento no escândalo do mensalão, de um ano para cá o banco BMG vem passando por uma plástica completa. Primeiro, tornou-se sócio do Itaú numa nova instituição, focada no crédito consignado. Na sequência, a família Pentagna Guimarães saiu de cena e contratou dois executivos de nome no mercado para tocar o banco. Agora, a última etapa da mudança de identidade: depois de 80 anos em Belo Horizonte, o BMG muda hoje sua matriz para São Paulo.

O BMG escolheu um dos edifícios de escritório mais imponentes da cidade, na avenida Brigadeiro Faria Lima, ao lado dos bancos mais importantes do País. Quer se apresentar ao público e ao mercado como uma empresa renovada, voltada para o futuro e distante daquele banco que teve problemas com a Justiça por conta da ligação com o PT e com as empresas de Marcos Valério.

A partir de São Paulo, o BMG pretende se lançar num projeto de diversificação. A meta é pular, no espaço de três anos, do 13.º para o 10.º lugar no ranking dos bancos - medido pelo volume de operações de crédito. Para isso, a instituição, que é líder no segmento de crédito consignado entre os bancos privados, vai apostar em outras três frentes: empréstimos a empresas, cartões de crédito e financiamento habitacional.

"Crescer no ranking não é fácil, sabemos disso. Tem muita gente forte na frente e outro grupo logo atrás querendo nos ultrapassar ", afirma Antonio Hermann, presidente do banco contratado em novembro do ano passado, quando os controladores decidiram profissionalizar a instituição.

Junto com ele chegou Alcides Tápias, um dos executivos mais respeitados do mercado e ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso, para presidir o conselho de administração do BMG.

Lucro. Até agora, o plano traçado pela instituição parece caminhar bem. O banco anunciou lucro de R$ 223 milhões no segundo trimestre do ano, seu recorde para o período. A associação com o Itaú abriu as portas de outras instituições, o que ajudou a reduzir o custo de captação do BMG - o drama de todo banco de médio porte. A própria mudança para São Paulo, que já estava nos planos desde a profissionalização, foi antecipada em cerca de seis meses graças a um negócio de ocasião, provocado pela derrocada de um concorrente.

A nova sede foi montada em um andar e meio do Pátio Victor Malzoni, um dos prédios de escritórios mais caros de São Paulo, onde já estão o banco de investimento BTG Pactual e o Google. Esse imóvel estava alugado para o banco BVA, que já tinha tudo pronto para mudar quando sofreu intervenção e depois foi liquidado pelo Banco Central.

O BMG alugou a área e comprou os móveis, os computadores e todos os aparelhos deixados para trás pelo BVA. Ali serão acomodadas cerca de 600 pessoas, até então instaladas em Belo Horizonte e na filial de São Paulo, na região da avenida Paulista. "Estamos melhorando a estrutura e agora vamos desenvolver outras atividades", afirma Tápias.

Planos. Das três apostas para o futuro, a operação no segmento de financiamento habitacional é a única que vai começar do zero. No ramo de cartão de crédito consignado (com desconto direto na folha de pagamento), o banco já tem uma carteira de R$ 1 bilhão e cerca de 700 mil usuários, e pretende dobrar esses números até 2015.

E a expansão da operação de empréstimo a empresas, que já era tradicional no banco, começou pelo avesso. Essa carteira passou por um processo de depuração, que reduziu seu volume de R$ 2,5 bilhões para US$ 1 bilhão. "Agora essa carteira está sadia e pronta para crescer. Mas sem pressa, porque a situação (da economia) é delicada", afirma Hermann. A meta é chegar aos R$ 3,5 bilhões em financiamento a empresas até 2015.

Para um banco que até o meio do ano passado estava sendo negociado com o Bradesco e com o BTG Pactual, é um progresso e tanto. A família Pentagna Guimarães queria continuar no negócio, mas enfrentava uma crise de liquidez que também afetava outras instituições de médio porte. Foi aí que surgiu o Itaú, com uma proposta diferente: em vez da compra, ofereceram uma parceria.

A intermediação foi feita por Hermann e Tápias, que são sócios numa empresa de consultoria. Essa parceria tornou-se a âncora da tentativa de reinvenção do BMG. "Está dando certo. É gostoso ser sócio do Itaú", diz Hermann.

Fonte: Estadão.com.br
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» Bolsas asiáticas fecham em alta após dados da China

AE - Agencia Estado

TÓQUIO - Os mercados de ações da Ásia fecharam em alta nesta segunda-feira, após a divulgação dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China. Os avanços foram liderados por Hong Kong e Austrália, dois mercados com fortes laços com a maior economia da Ásia.

A Federação de Logística e Compra da China (CFLP, na sigla em inglês) informou no fim de semana que o PMI industrial oficial da China subiu para 51,0 em agosto, de 50,3 em julho. A leitura de agosto pode ser considerada como mais um sinal de que a economia chinesa está se estabilizando.

O resultado ficou acima da previsão de 50,6 dos economistas consultados pela Dow Jones Newswires. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade, enquanto números abaixo disso apontam contração.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2%, para 22.175,34 pontos, com empresas chinesas superando o mercado mais amplo. O índice Hang Seng China Enterprises subiu 2,3%, para 10.055,05 pontos. Em Taipé, o índice Taiwan Weighted avançou 0,2%, para 8038,86 pontos.

O impacto dos dados também foi sentido na Austrália, um país com fortes laços comerciais com a China. O índice S&P/ASX 200 subiu 1%, para 5.188,30 pontos.

Por outro lado, o índice Kospi, da Coreia do Sul, caiu menos de 0,1%, para 1.924,81 pontos, e o índice PSEi, das Filipinas, fechou em queda de 0,2% aos 6061,80 pontos com realização de lucros.

Os dados do PMI oficial confirmaram a leitura preliminar do índice PMI do HSBC para agosto, que mostrou o retorno ao território expansionista. A leitura final do PMI industrial do HSBC ficou em 50,1 em agosto, mesmo valor da leitura preliminar, mas muito maior do que o resultado de julho, de 47,7.

Na China, o índice Xangai Composto fechou estável aos 2.098,45 pontos, depois de ganhar 5,3% em agosto. O índice Shenzhen Composto subiu 1,1%, para 1.008,04 pontos.

No fim de semana, também houve desenvolvimentos sobre a possibilidade de intervenção militar dos EUA na Síria. O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que ele vai buscar a aprovação do Congresso antes de agir. Embora a situação continue ainda sem resolução, aparentemente um ataque não será iminente.

De modo mais amplo, esta é uma semana agitada para os mercados. Em termos de bancos centrais regionais, haverá anúncios de política monetária do Banco da Reserva da Austrália (RBA, na sigla em inglês) e do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). No final da semana, os EUA vão lançar o seu relatório de trabalho mensal, que muitos acreditam que pode influenciar a decisão do Federal Reserve sobre a retirada de estímulo à economia norte-americana. Fonte: Dow Jones Newswires.

Fonte: Estadão.com.br
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